Ataques Moçambique. PR alerta para risco de recrutamento de crianças pelos insurgentes

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O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu hoje às crianças para que não se deixem recrutar pelos grupos armados que atuam na província de Cabo Delgado, norte do país, alertando que há conhecimento da presença de menores entre os insurgentes.

As crianças "sabem que os terroristas, por vezes, vão para fora da província" de Cabo Delgado "para ir recrutar" e "podem muito bem chegar aqui" na província de Maputo, sul de Moçambique, para mobilizar combatentes, afirmou Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava aos jornalistas no final de uma visita à Escola Secundária Filipe Jacinto Nyusi, no distrito de Boane, província de Maputo, onde, num encontro com cerca de seis mil alunos, falou do risco de recrutamento de adolescentes pelos grupos armados.

Os rebeldes aliciaram adolescentes em alguns distritos da província de Nampula, no norte de Moçambique, e tentaram o mesmo na província de Manica, na região centro, acrescentou.

Para evitar o recrutamento pelos grupos armados, prosseguiu, as crianças devem ser alertadas "de uma maneira suave e educativa" sobre esse perigo.

Vários relatos e estudos independentes sobre a guerra em Cabo Delgado já deram conta da presença de crianças e adolescentes nas fileiras dos insurgentes, que têm raptado civis nas suas incursões.

Entre os que "fazem mal a outros meninos, alguns também são meninos", enfatizou Filipe Nyusi.

Depois de vários meses de relativa normalidade nos distritos afetados pela violência armada em Cabo Delgado, a província tem registado, há algumas semanas, novas movimentações e ataques de grupos rebeldes.

A atual nova vaga de ataques terroristas em Cabo Delgado provocou 99.313 deslocados em fevereiro, incluindo 61.492 crianças (62%), segundo uma estimativa divulgada esta semana pela Organização Internacional das Migrações (OIM).

O ministro da Defesa Nacional moçambicano, Cristóvão Chume, confirmou, em 29 de fevereiro, ataques de insurgentes em quatro distritos da província de Cabo Delgado, mas garantiu que não se trata "de um recrudescimento" das atividades terroristas no norte.

"O que aconteceu é que há grupos pequenos de terroristas que saíram dos seus quartéis, lá na zona de Namarussia - que temos dito que é a base deles -, foram mais a sul, atacaram algumas aldeias e criaram pânico", disse Cristóvão Chume.

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