Augma quer triplicar negócio para 90 milhões até 2027

2 meses atrás 85

A Quilaban, empresa-mãe dos negócios da saúde do fundador e ex-presidente da Associação Nacional de Farmácias, passa a chamar-se Augma Group a partir desta quarta-feira. Há 30 vagas de trabalho e ambições (mais) internacionais. “Não houve reestruturação. O âmbito desta mudança é apenas uma questão de identidade”, garante ao Jornal Económico o CEO, Sérgio Luciano.

Augma Group. É este o novo nome da holding que agrega os negócios de João Cordeiro, fundador e ex-presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), no sector da saúde. Até agora conhecida como Quilaban, a empresa passa apenas a existir enquanto marca própria, uma vez que todas as subsidiárias se puseram debaixo do mesmo ‘chapéu’ a partir desta quarta-feira, o grupo Augma, que pretende atingir um volume de negócios consolidado superior a 90 milhões de euros até 2027.

A estimativa é que, para esse aumento na faturação, contribuam os investimentos na ordem dos 12 milhões de euros em três anos, o reforço no quadro de trabalhadores altamente qualificados e a introdução de novas tecnologias, avançou ao Jornal Económico (JE) o CEO do Augma Group e da Quilaban.

“Criámos um portefólio tão vasto que queremos, neste momento, integrar debaixo desta marca, que procura essencialmente combinar duas coisas: cuidar da saúde e do bem-estar das pessoas e congregar todas as marcas individuais. Em vez de termos empresas isoladas, passamos a ter uma proposta de valor agregada”, explicou Sérgio Luciano.

“Já temos parcerias de longa data com multinacionais de muitas origens, como americanas, europeias ou asiáticas. Agora temos uma marca com um caráter mais internacional, que nos permite comunicar de forma mais fácil com os diversos players nesta área, quer a montante com as empresas que representamos fornecedores quer jusante com os 1.300 clientes que servimos nas diversas geografias”, afirma ao JE.

Questionado sobre se esta alteração na estrutura da empresa envolve mudanças na gestão ou layoffs, Sérgio Luciano recusou ambas: “Não houve reestruturação. O âmbito desta mudança é apenas uma questão de identidade”. O plano até é recrutar 30 profissionais, entre os quais médicos, enfermeiros, biólogos, específicos, patologistas, pessoas ligadas às novas tecnologias e ao e-commerce, para aproximar-se mais marco dos 300 colaboradores. Atualmente, são 260 trabalhadores.

No ano passado, as empresas da casa-mãe Augma (ex-Quilaban) – Quilaban, Cordeiro Saúde, Australpharma, Tecnosaúde, MDS, Quilaban Pharma Trading e Nôlab – registaram um volume de negócios de 42,8 milhões de euros.

Quanto à subsidiária Quilaban, a marca com mais peso no negócio, faturou 32,8 milhões de euros, dos quais 26,1 milhões de euros em Portugal, o que representou uma queda de 8,2% em relação a 2022. A autonomia financeira fixou-se nos 42% e o resultado líquido foi negativo em um milhão de euros.

“Não é possível ter respostas às necessidades de saúde exclusivamente públicas ou privadas. Creio que este Governo tem vindo a demonstrar uma maior abertura para a dinâmica da criação de parcerias público-privadas”

Sérgio Luciano

O anúncio do rebranding foi feito durante a festa dos 50 anos da Quilaban, que aconteceu esta terça-feira à noite.

“O lançamento desta marca está relacionado com estes 50 anos de vida. A Quilaban teve a sua origem na área do diagnóstico, através da comercialização de equipamentos e reagentes para a realização de análises clínicas, mas foi desenvolvendo uma série de outros negócios complementares e orientados para a saúde. O próprio acionista principal e fundador, o Dr. João Cordeiro, também foi criando negócios, em diversas áreas relacionadas com saúde em Portugal e em África, que foram sendo integrados diretamente ou através de participações”, recorda.

A presença internacional divide-se entre Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Índia, apesar de exportar para 12 regiões do mapa.

Segundo Sérgio Luciano, o futuro passa por expandir a presença da Augma noutros mercados globais e o portefólio. Logo, investir em mais produtos e soluções de diagnóstico, farmacêutica e ambulatório (equipamentos e medicamentos), formação e consultoria em saúde.

O CEO da Augma e Quilaban defende um foco na dinâmica de prevenção, inclusive com sequenciação genética, e a adoção de tecnologias de vanguarda. “Um dos exemplos é um investimento recente nosso numa numa startup portuguesa que é a primeira no mundo com capacidade de disponibilizar aos hospitais e laboratórios de diagnóstico uma solução de identificação da sensibilidade de microrganismos aos antibióticos em duas horas. É algo único e absolutamente disruptivo”, exemplificou sobre a Fastinov, acrescentando que a empresa está “muito interessada” em soluções como esta.

Investimos numa startup portuguesa que é a primeira no mundo com capacidade de disponibilizar aos hospitais e laboratórios de diagnóstico uma solução de identificação da sensibilidade de microrganismos aos antibióticos em duas horas.

Em termos de políticas públicas, é a favor das PPP. “Temos um desafio muito grande no sector da saúde: uma população que vai ficando cada vez mais envelhecida e com necessidades acrescidas em termos de cuidados de saúde e uma forte pressão sobre os orçamentos públicos para dar resposta a essas necessidades de saúde. Não é possível ter respostas exclusivas de natureza pública ou privada. Creio que este Governo tem vindo a demonstrar uma maior abertura para a dinâmica da criação de parcerias público-privadas que permitam, de alguma maneira, dar uma resposta mais rápida e mais ampla”, opina.

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