Autarca PS de Mora lamenta chumbo do mapa de pessoal pela oposição CDU

"Temos que pôr [trabalhadores] a recibos verdes para podermos dar resposta às crianças" no prolongamento de horário das escolas e a divisão de obras "vai continuar com processos atrasados", afirmou a autarca, em declarações à agência Lusa.

Contactada pela Lusa, Maria Joaquina Salgueiro, presidente da Assembleia Municipal de Mora, eleita pela CDU, disse que esta "foi a sétima vez", desde 2021, que o PS quis alterar o mapa de pessoal e que os comunistas nunca tinham votado contra.

E, agora, votaram contra porque "está em vigor um mapa de pessoal que tem mais de 60 lugares abertos e esses lugares deverão satisfazer as necessidades da autarquia", sustentou a também responsável pela estrutura do PCP em Mora.

Assinalando que a CDU recusa "pactuar com uma política de compadrio que pretende abrir lugares para satisfazer promessas eleitorais", Maria Joaquina Salgueiro apontou para uma das consequências deste mapa de pessoal.

"Com este aumento de despesas com pessoal, que era à volta de 1,3 milhões de euros [por ano], a capacidade de investimento do município ficava seriamente colocada em causa", referiu a responsável.

A proposta de mapa de pessoal para este ano foi inicialmente chumbada pela CDU, que tem a maioria dos membros da assembleia municipal, no final de 2023, tendo uma nova proposta sido também reprovada na mais recente reunião deste órgão autárquico.

Nas declarações à Lusa, o presidente do município indicou que, depois do primeiro chumbo, a gestão PS preparou e apresentou uma nova proposta que deixou de fora alterações à estrutura orgânica dos serviços municipais.

Essa proposta, realçou, "retirava todos os lugares [de chefia] que estavam no mapa de pessoal e colocava apenas quatro lugares afetos à educação", e poder-se-ia "ir à bolsa de recrutamento e acabar com a precariedade, e um lugar para a divisão de obras".

Mas, o segundo mapa de pessoal proposto foi também chumbado na mais recente reunião da assembleia municipal, com os votos contra dos eleitos da CDU e a favor por parte dos elementos socialistas, adiantou a autarca.

Paula Chuço alertou que a câmara municipal precisa de reforçar o número de trabalhadores que prestam serviço no prolongamento de horário das escolas do 1.º ciclo e do pré-escolar, salientando que, atualmente, tem apenas dois técnicos.

"O lugar na divisão de obras justifica-se porque estamos a receber mais pedidos de isenção de licença de utilização, de construção e de reabilitação e os processos estão atrasados", pois "as duas técnicas não conseguem dar resposta", alegou.

Quanto ao peso financeiro do mapa de pessoal, a presidente do município sustentou que o aumento "mais significativo tem a ver com a subida de posições que alguns funcionários tiveram após as avaliações" e isso está relacionado com "a legislação em vigor".

"Mas, se fizermos as contas dos funcionários que saíram e dos que entraram, temos apenas a diferença de mais um", acrescentou.

O PS, que conquistou o município de Mora à CDU nas autárquicas de 2021, tem maioria absoluta na câmara, mas na assembleia municipal são os comunistas que estão em maioria.

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