Autárquicas: esquerdas procuram casamento; PS admite namoro, mas só às escondidas

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Numa questão de horas - três, no máximo -, este domingo, o Bloco de Esquerda fez saber que tinha aceitado um convite do Livre (feito também a outras formações de esquerda) para "pensar já o próximo ato eleitoral esperado, nomeadamente as eleições autárquicas de 2025". O convite foi feito porque o partido de Rui Tavares considera que, "numa altura de grandes desafios para a democracia nacional e europeia como a que enfrentamos", "é imprescindível que o diálogo entre forças progressistas e de esquerda ocorra".

"Acreditamos que, destas reuniões, caso aceites pelas lideranças dos restantes partidos, sairão pontos de convergência e perspetivas sobre os caminhos a tomar para apresentar alternativas progressistas e pela igualdade, centradas num reforço da justiça social e ambiental e na melhoria das condições de vida das pessoas, que sejam oposição às políticas e retóricas divisivas que a extrema-direita tem normalizado com o aval da direita tradicional", disse o Livre , num comunicado emitido domingo.

Horas depois, na sequência de uma reunião da Mesa Nacional do partido, a coordenadora do Bloco de Esquerda dizia aos jornalistas que o seu partido aceitava o convite do Livre.

Segundo afirmou, até à próxima Convenção Nacional do partido - provavelmente no final do primeiro trimestre de 2025 -, deve ser feito um "debate sobre o Bloco, sobre como a esquerda se deve posicionar, como é que deve fazer diálogos internacionais e como é que se deve posicionar perante as eleições autárquicas”. E "este é um debate que não é só do Bloco de Esquerda. É sobre como reverter o ciclo de direita, como retirar executivos de direita, combater executivos de direita e afirmar alternativas em todo o território".

Por isso, o BE decidiu organizar uma conferência nacional num último trimestre deste ano. “Queremos que essa conferência sirva também para fazer um debate sobre as responsabilidades da esquerda perante um ciclo autárquico que se abre agora e em particular para discutir a política de alianças do BE nas eleições autárquicas", explicou Mortágua.

Segundo disse, a ideia da direção do BE é que se "debatam as condições para convergências à esquerda que se possam traduzir em projetos verdadeiramente transformadores no território”, dando como exemplo “a possibilidade de convergências mais alargadas para derrotar executivos de direita em sítios chave do país como em Lisboa".

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