Banca financia cada vez mais estrangeiros para a compra de casa em Portugal

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O peso dos estrangeiros no total de pessoas que obtiveram créditos para a compra de casa tem aumentado todos os anos, representando 11,7% do total no ano passado em comparação com 8,06% em 2021.

Os bancos estão a financiar cada vez mais clientes estrangeiros para a compra de casa em Portugal. O seu peso no total de pessoas que obtiveram créditos para aquisição de habitação própria permanente aumentou de 8,06% em 2021 para 11,7% do total em 2023.

“As instituições financeiras em Portugal realizaram dois milhões de novos contratos de crédito, com 1,6 milhões de pessoas, num total de 25 mil milhões de euros. O número de novos contratos foi semelhante ao de 2022, mas o montante total decresceu 11%”, de acordo com uma caraterização sociodemográfica das pessoas que contraíram crédito junto das instituições financeiras residentes divulgada esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.

O número de homens que obtiveram crédito voltou a ser superior ao número de mulheres, em todos os tipos de crédito, exceto no crédito à habitação, em que foi semelhante. Já o peso dos devedores estrangeiros voltou a aumentar, passando de 8,2% em 2021 para 10,6% em 2022 e, em 2023, fixou-se em 13,5%. De acordo com o regulador, metade destes devedores tinha nacionalidade brasileira.

Analisando o crédito à habitação contratado em 2023, o peso dos clientes estrangeiros também aumentou: passou de 8,06% em 2021 para 9,47% em 2022 e, em 2023, para 11,70%, com destaque para os cidadãos brasileiros (28%), seguidos pelos britânicos (9%) e pelos norte-americanos (6%). Entre 2021 e 2022, os franceses ocupavam o terceiro lugar neste ranking, rondando os 8% a 9%.

Já do total de devedores de outro crédito à habitação contratado em 2023, nomeadamente financiamento para a compra de casas secundárias ou para arrendamento, 26% eram estrangeiros, maioritariamente de Angola, do Brasil, dos EUA e do Reino Unido. Em 2021, esta percentagem tinha sido de 17%.

61% do crédito à habitação concedido a pessoas até 40 anos

O Banco de Portugal detalha ainda que, em 2023, 117 mil pessoas contraíram um crédito à habitação própria permanente, menos 30 mil do que em 2022. Destas, 42% tinham entre 31 e 40 anos. A maioria trabalhava por conta de outrem e tinha um nível de escolaridade superior e metade residia nas regiões da Grande Lisboa, Área Metropolitana do Porto e Península de Setúbal.

De acordo com o retrato feito pelo regulador, metade dos novos créditos à habitação própria permanente tinha valor igual ou inferior a 117 mil euros, sendo que 70% foram inferiores a 150 mil euros e 4% superaram os 300 mil euros.

Quanto ao crédito pessoal, 578 mil pessoas contraíram este tipo de financiamento. Cerca de metade destes novos créditos tinha um valor até três mil euros, com os números a serem semelhantes ao que se observou em 2022.

Por outro lado, 253 mil pessoas contraíram crédito automóvel em 2023, mais 15 mil do que no ano anterior. Dos novos contratos, 75% foram inferiores a 20 mil euros e apenas 1% superou os 50 mil euros.

O regulador refere ainda que 9% do crédito pessoal e 13% do crédito automóvel foi concedido a estrangeiros.

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