Banca financiou indústria dos combustíveis fósseis em quase sete biliões desde o acordo de Paris, aponta relatório

Os grandes bancos mundiais financiaram a indústria dos combustíveis fósseis em cerca de sete biliões de dólares (6,48 biliões de euros) desde o Acordo de Paris sobre alterações climáticas, adotado em 2015 e em vigor desde 4 de novembro de 2016, revela o relatório Banking on Climate Chaos 2024.

O JPMorgan manteve-se como o maior financiador das empresas combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão) a nível mundial em 2023, tendo contribuído com 40,8 mil milhões para o sector, num total de 439,9 mil milhões de dólares ao longo dos últimos oito anos. Seguem-se o banco japonês Mizuho Financial Group (37,1 mil milhões de dólares) e o Bank of America na lista de maiores financiadores do ano passado.

Na Europa, o britânico Barclays foi o maior financiador da indústria (24,2 mil milhões de dólares), seguido pelo Santander (14,5 mil milhões) e pelo Deutsche Bank (13,4 mil milhões).

No geral, os bancos europeus contribuíram com pouco mais de um quarto do financiamento total de combustíveis fósseis em 2023, segundo o documento, que dá conta de que, no casos dos bancos americanos, a representação ascende a 30% do total de 705 mil milhões concedidos no ano.

De acordo com a 15.º edição do relatório, que analisa a concessão de empréstimos dos 60 maiores bancos do mundo a mais de 4200 empresas de combustíveis fósseis, quase metade do financiamento, ou seja, cerca de 3,3 biliões, foram canalizados para a expansão das atividades do sector.

O Banking on Climate Chaos 2024 destaca, ainda, que a “expansão do sector do petróleo e do gás está extraordinariamente concentrada”. “As 20 maiores empresas são responsáveis por mais de metade dos recursos em desenvolvimento e das despesas de exploração de novas reservas. O apoio dos bancos a essas empresas está também extraordinariamente concentrado: os dez principais banqueiros dessas 20 maiores empresas são responsáveis por 58% do financiamento bancário das empresas desde Paris”.

Nota: Valores em milhares de milhões de dólares. Fonte: “Banking on Climate Chaos 2024”