O PIB japonês contraiu pelo segundo trimestre consecutivo, o que fez com que a economia japonesa entrasse numa recessão técnica, segundo dados divulgados ontem. O BoJ, contudo, continua a apontar para abril a discussão sobre a mudança de políticas monetárias.
O Banco do Japão (BoJ) continua no caminho para acabar com as taxas de juro negativas nos próximos meses, apesar da economia poder cair em recessão, de acordo com a ‘Reuters’. Segundo dados económicos divulgados ontem, a economia japonesa caiu para o quarto lugar das economias mundiais, sendo ultrapassada pela economia alemã.
Os dados de ontem chocaram os analistas, uma vez que o Produto Interno Bruto (PIB) contraiu, inesperadamente, dois trimestres consecutivos, o que faz com que a economia japonesa tenha entrado numa recessão técnica.
Enquanto o PIB surpreendia negativamente e fazia manchetes, a preocupação do BoJ recaiu sobre se os aumentos salariais previstos para 2024 se repetirão no próximo ano, uma condição que o banco considera necessária para o Japão emergir de décadas de um consumo doméstico pouco forte.
Por esta razão as negociações sobre os salários, que ocorrem na primavera, e que estabelecem os níveis salariais para 2025, continuam a ser um indicador económico mais importante para o banco do que os dados sobre o PIB.
Ao mesmo tempo, o PIB revelou que o sector do consumo enfraqueceu, o que significa que é mais provável o BoJ adie para a reunião de abril a decisão sobre o fim das taxas negativas, o que dá ao banco mais tempo para analisar a saúde da economia.
O governador do BoJ, Kazuo Ueda, que apenas assumiu o cargo no ano passado, tem estado focado em lançar as bases para mudar as políticas monetárias radicais aplicadas pelo seu antecessor, Haruhiko Kuroda.
O BoJ espera que os salários mais elevados e o enfraquecimento da pressão sobre os custos apoiem o consumo e a economia em geral, mantendo assim a inflação de forma sustentável em torno do seu objetivo de 2% e permitindo-lhe normalizar a política monetária.