Bancos emprestaram menos 7,3 mil milhões de euros em 2023

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A diminuição dos empréstimos concedidos pela banca em 2023 manteve a tendência de descida já verificada no ano anterior, mostra o balanço do sector bancário em Portugal divulgado esta quarta-feira pelo Banco de Portugal. 

Os bancos reduziram os empréstimos concedidos à generalidade dos sectores em 7,3 mil milhões de euros em 2023, mantendo a tendência de descida já verificada no ano anterior, de acordo com o balanço do sector bancário em Portugal divulgado esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.

“Tal como em 2022, em 2023 o montante total de empréstimos concedidos pelo sector bancário baixou”, refere o regulador, detalhando que esta redução deveu-se sobretudo ao “decréscimo das aplicações junto do Banco de Portugal (-2,2 mil milhões de euros) e da diminuição dos empréstimos a empresas (-1,8 mil milhões de euros), ao sector não residente (-1,4 mil milhões de euros) e a particulares (-1,4 mil milhões de euros), neste último caso principalmente empréstimos à habitação”.

Por outro lado, os depósitos nos bancos residentes decresceram 15,5 mil milhões de euros. Deste total, 12,9 mil milhões de euros tinham como contraparte o banco central, refletindo a redução do financiamento obtido junto do Eurosistema.

“Em 2023, reduziram-se os depósitos de todos os sectores de contraparte, com exceção do sector não residente, que registou um aumento de 4,8 mil milhões de euros, impulsionado pelo aumento dos acordos de recompra”, adianta o Banco de Portugal.

Os depósitos dos particulares e das empresas nos bancos residentes reduziram-se em 2,7 e 3,1 mil milhões de euros, respetivamente, em relação a 2022, totalizando 179,8 e 64,2 mil milhões de euros.

O regulador adianta ainda que ocorreram sucessivas reduções do financiamento concedido pelo Eurosistema. “Impulsionados pela subida das taxas de juro do BCE, vários bancos amortizaram os montantes de financiamento obtidos através das operações de refinanciamento. Em 2023, este tipo de financiamento reduziu-se 13,1 mil milhões de euros (tinha decrescido 25,8 mil milhões de euros em 2022), para três mil milhões de euros”, diz.

Quanto aos títulos de dívida emitidos pelos bancos, o montante atingiu os 54,4 mil milhões de euros, mais 3,3 mil milhões de euros do que no ano anterior. Do total de títulos emitidos, 70% encontravam-se em carteira de bancos residentes e os restantes 30% em carteira de outros sectores investidores.

O Banco de Portugal refere também que, no final de 2023, os bancos detinham 48,7 mil milhões de euros de capital e reservas, o que representa um aumento de quatro mil milhões em relação ao final de 2022. “O capital e reservas dos bancos residentes voltou a aumentar, após cinco anos de decréscimos consecutivos”, conclui.

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