BCE desce as taxas diretoras em 25 pontos base

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O Banco Central Europeu (BCE) desceu esta quinta-feira em 25 pontos base as três taxas de juro diretoras.

A taxa fixa de operações principais de refinanciamento recuou para 4,25%, a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez desceu para 4,5% e a de facilidade permanente de depósito para 3,75%.

Num comunicado esta quinta-feira divulgado depois da reunião de política monetária, o conselho do BCE afirma que, "com base numa avaliação atualizada das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária, é agora apropriado moderar o nível de restritividade da política monetária, após as taxas de juro terem sido mantidas constantes durante nove meses".

"Desde a reunião do conselho do BCE de setembro de 2023, a inflação desceu mais de 2,5 pontos percentuais e as perspetivas de inflação melhoraram significativamente", afirma, adiantando que "a inflação subjacente também abrandou, reforçando os sinais de enfraquecimento das pressões sobre os preços, tendo as expectativas de inflação baixado em todos os horizontes".

O comunicado sublinha que "o conselho do BCE está determinado a assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de médio prazo de 2%" e que, "para o efeito, manterá as taxas de juro diretoras suficientemente restritivas enquanto for necessário".

"O conselho do BCE continuará a seguir uma abordagem dependente dos dados e reunião a reunião na definição do nível e da duração adequados da restritividade", refere, especificando que "as suas decisões sobre as taxas de juro basear-se-ão na avaliação das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da robustez da transmissão da política monetária".

O conselho do BCE não se compromete previamente com uma trajetória de taxas específica, afirma.

O BCE tomou a decisão de descer as taxas diretoras num contexto de aumento da inflação na zona euro, depois de esta ter subido duas décimas de ponto percentual em maio face a abril, para 2,6%; enquanto a inflação subjacente - que exclui os preços da energia e dos alimentos frescos, por serem mais voláteis - subiu o mesmo valor, para 2,9%.

Além disso, os salários negociados na zona euro aumentaram 4,69% no primeiro trimestre, enquanto o PIB da região ultrapassou a recessão técnica ao aumentar 0,3% entre janeiro e março.

Com a decisão desta quinta-feira, o BCE procedeu à primeira redução da taxa de juro desde março de 2016, há oito anos, embora tenha então reduzido o preço do dinheiro de 0,05% para 0%. Posteriormente, baixou a taxa de facilidade permanente de depósito em 0,10 pontos, para -0,5% em setembro de 2019.

Em qualquer caso, esta é a primeira descida desde que iniciou o seu ciclo de aperto da política monetária devido ao aumento da inflação, com 10 subidas consecutivas entre julho de 2022 e setembro de 2023.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 18 de julho.

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