BCE. Nem os bancos centrais “podem ignorar a biodiversidade”, avisa Lagarde

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03 jul, 2024 - 19:17 • Sandra Afonso

Décima edição do Fórum do BCE discutiu a origem do mais recente pico inflacionista, o papel da taxa de juro neutra ou natural, os riscos sobre o sistema financeiro, a melhoria da produtividade e o papel da inteligência artificial.

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, encerrou o fórum anual do BCE em Sintra, esta quarta-feira, com um aviso: é importante prestar atenção a temas exteriores à economia, de modo a acaultelar os seus impactos.

“Sei que alguns vão discutir se o estudo sobre a biodiversidade e o capital natural é revelante ou se ultrapassámos as nossas competências. A história julgará, mas aposto que dentro de 10 anos serão surpreendidos porque este tipo de trabalho será crítico e não poderá ser tratado de forma casual pelos bancos centrais”, disse.

Lagarde referia-se ao estudo apresentado por Theresa Kuchler, professora da Stern School of Business, sobre como perda de biodiversidade pode agravar o custo da dívida. A investigadora apresentou, no forúm, um modelo para apurar esse impacto.

Ajustes nos juros devem ser “cautelosos e graduais”

Também em Sintra, Kristin Forbes, professora no Massachusetts Institute of Technology (MIT), defendeu que os ajustes nos juros devem ser “cautelosos e graduais”.

O estudo, sobre a evolução dos ciclos de política monetária, conclui que o atual período "não tem precedentes" na história.

"Futuros ajustamentos das taxas de juro devem ser cautelosos e graduais. Há ainda incerteza sobre como vai ser este ciclo de taxas de juro, como se vai comparar com anteriores. Se este ciclo continuar a aproximar-se dos padrões pré-2008, sobretudo nos juros, pode não ser necessário um grande ajuste nas taxas. Isso sugere um avanço significativo da taxa neutra", disse.

Kristin Forbes admitou ainda mais divergências nas decisões dos bancos centrais, porque vão ajustar as taxas "com base nas circunstâncias domésticas”.

A décima edição do Fórum do BCE discutiu a origem do mais recente pico inflacionista, o papel da taxa de juro neutra ou natural, os riscos sobre o sistema financeiro, a melhoria da produtividade e o papel da inteligência artificial.

Quanto à evolução das taxas de juro, nem o presidente da Reserva Federal sinalizou quando avança com o primeiro corte nem Lagarde confirmou se dia 18 deste mês o BCE volta a descer os juros.

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