BCE prepara cortes: como ficam os lucros dos bancos após ano de ouro?

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Mercado está a descontar cortes nas taxas em 2024. Descidas dos juros vão ter impacto nos lucros, segundo os analistas que estão preocupados com recessão. Bancos estão capitalizados e movimento de consolidação não é urgente.

O mercado está a descontar cortes de 150 pontos base nas taxas de juro em 2024. O primeiro corte pode vir a ter lugar em março, mas o mercado acredita com maior convicção que o corte terá lugar em abril, seguido de dois até junho. O ano de 2023 tem sido de ouro para a banca nacional: nos primeiros nove meses do ano, os cinco maiores bancos lucraram 3,3 mil milhões de euros, mais 75% face a período homólogo.

Depois de um ano com lucros recorde em 2023, beneficiando das subidas das taxas de juro, em níveis históricos, pelo Banco Central Europeu (BCE), como vai ficar a atividade dos bancos em 2024? A sua margem financeira vai ser afetada? Os analistas consultados pelo Jornal Económico (JE) acreditam que os lucros dos bancos vão recuar depois de um ano recorde, mas sem grandes dramas.

“É de esperar que o melhor ano da banca tenha sido 2023. As taxas de juro têm tendência a descer. A margem financeira vai-se reduzir, e há outro aspeto: os incumprimentos podem vir a aumentar, não tanto ao nível das famílias, aí teria de haver desemprego à séria, mas do lado das empresas poderá haver dificuldades em alguns casos”, disse Filipe Garcia, presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros, destacando, contudo, que as empresas “aproveitaram o regime” anterior de “taxas mais baixas para se capitalizarem”. “Não estou à espera de um ano mau para a banca em 2024, mas igualar 2023 será praticamente impossível”, afirmou.

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