BE critica "bar aberto para resorts e condomínios de luxo" na Madeira

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, criticou a governação do Partido Social Democrata (PSD) da Região Autónoma da Madeira, durante um comício no Funchal, este domingo.

"É um exagero dizer que a governação do PSD da Madeira produziu um modelo económico, porque, na verdade, o que construiu foi um modelo de negócios, que alimenta uma rede clientelar que retira os recursos madeirenses e os entrega a uma elite", criticou Mortágua, desde a capital madeirense, afirmando que "é deste modelo de negócios que o PSD se orgulha e é este modelo económico que [o líder do PSD] Luís Montenegro quer exportar para todo o país".

Arrancou, este domingo, a campanha eleitoral para as eleições regionais de 26 de maio, cerca de oito meses após as últimas eleições legislativas regionais. O anterior governo regional, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, caiu na sequência da dissolução do parlamento madeirense, após Albuquerque ter sido constituído arguido num processo em que estão a ser investigadas suspeitas de corrupção.

No comício bloquista, Mortágua considerou que o PSD/Madeira tem "uma forma de governação particular" e "um dom" para "dizer às pessoas que estão a resolver os problemas, quando, na verdade, estão a fazer pior aos problemas que existem".

De seguida, listou vários dos setores onde, na sua ótica, a governação social-democrata da ilha, tem falhado. "Há um problema de desigualdades? Cá está o PSD para agravá-lo, descendo o IRC às maiores empresas sem qualquer garantia, sem qualquer contrapartida, sem garantir que esse dinheiro vai para postos de trabalho, salários, investimento, nada", criticou.

A coordenadora bloquista também acusou os sociais-democratas de agravar, também, a crise habitacional na região. "Mais hotéis, mais alojamento local, vistos gold, bar aberto para resorts e condomínios de luxo, para todas as casas que só pode pagar quem tem dinheiro, mas onde alguém que viva aqui não consegue pôr os pés porque não consegue pagar", disse.

As 14 candidaturas (13 partidos únicos e uma coligação de dois partidos) começaram o período de campanha eleitoral, que irá decorrer até dia 24 deste mês. Está previsto que gastem um total de 949.678,34 euros na campanha, segundo orçamentos consultados pela agência Lusa.

Em jogo estão os 47 lugares do hemiciclo da Assembleia Legislativa Regional da Madeira, região onde o PSD governa desde 1976, vencendo com maioria absoluta 11 eleições entre esse ano e 2015.

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