Biden inclui Japão e Índia no grupo de países xenófobos que não acolhem imigrantes

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Washington, 02 mai 2024 (Lusa) - O Presidente norte-americano, Joe Biden considerou que o Japão e a Índia são países xenófobos que não acolhem imigrantes, agrupando-os com China e Rússia quando tentava explicar as suas circunstâncias económicas, em contraste com as políticas de Washington

Os comentários do líder democrata, num evento de angariação de fundos para a campanha presidencial na noite de quarta-feira, ocorreram apenas três semanas depois de a Casa Branca ter recebido o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, em visita de estado.

Na ocasião, Biden referiu-se a uma "aliança inquebrável", particularmente na segurança global.

O Presidente norte-americano recebeu o primeiro-ministro indiano Narenda Modi, igualmente em visita de estado, no verão passado.

Numa angariação de fundos num hotel onde a maioria de doadores era maioritariamente asiática-americana, Biden disse que as próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos, em novembro, serão sobre "liberdade, América e democracia" e que a economia do seu país estava a prosperar.

"Porquê? Porque acolhemos imigrantes", disse Biden. "Pensem nisso: por que motivo a China está tão estagnada economicamente? Por que o Japão está com problemas? Porquê a Rússia? Porquê a Índia? Porque são xenófobos. Eles não querem imigrantes"

O Presidente dos Estados Unidos acrescentou: "Os imigrantes são o que nos torna fortes. Não é uma brincadeira. Isso não é exagero, porque temos um afluxo de trabalhadores que querem estar aqui e querem contribuir".

O Japão é um dos principais aliados de Washington e a Índia uma das economias de crescimento mais rápido do mundo, sendo um parceiro vital no Indo-Pacífico, apesar das diferenças em matéria de direitos humanos.

Não houve reação imediata dos governos japonês ou indiano. O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, justificou que Biden estava a defender uma posição mais ampla sobre a postura dos Estados Unidos em relação à imigração.

"Os nossos aliados e parceiros sabem bem, de maneira tangível, como o Presidente Biden os valoriza, a sua amizade, a sua cooperação e as capacidades que trazem para todo o espetro em uma série de questões, não apenas relacionadas à segurança", disse Kirby na manhã de hoje.

Os comentários de Biden ocorreram no início do Mês do Património Asiático-Americano e das Ilhas do Pacífico, e o líder democrata foi apresentado na ação de arrecadação de fundos por Tammy Duckworth, senadora pelos Estado de Illinois, e que é uma dos dois representantes de ascendência asiática na câmara alta do Congresso.

O Japão reconheceu problemas com a diminuição da sua população e o número de bebés nascidos no país em 2023 caiu pelo oitavo ano consecutivo, de acordo com dados divulgados em fevereiro.

Kishida considerou a baixa taxa de natalidade no Japão como "a maior crise que o Japão enfrenta" e o país é conhecido há muito tempo por uma postura fechada em relação à imigração, embora o Governo de Tóquio tenha, nos últimos anos, mudado as suas políticas para facilitar a entrada de trabalhadores estrangeiros.

A Índia, cuja população não para de crescer e é também uma das mais jovens do mundo, promulgou uma nova lei de cidadania que acelera a naturalização de hindus, pársis, sikhs, budistas, jainistas e cristãos que fugiram do Afeganistão, Bangladesh e Paquistão para o seu território.

Mas exclui os muçulmanos, que são maioria nas três nações. É a primeira vez que a Índia estabelece critérios religiosos para a cidadania.

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