Bloco de Esquerda apresenta queixa contra grupo que agrediu homem à porta da sede do partido

4 meses atrás 65

Um homem foi violentamente agredido por um grupo de manifestantes do partido Ergue-te e do movimento “Habeas Corpus” que realizava uma ação de campanha em Lisboa à frente da sede do Bloco de Esquerda, esta segunda-feira.

Na sequência deste episódio noticiado pela CNN, o Bloco de Esquerda “comunicou imediatamente os factos à PSP e apresentará queixa formal pela natureza desta ação”, garante uma fonte autorizada do partido.

A ação do Ergue-te (antigo PNR, partido de extrema direita de que já fez parte Mário Machado, ex-líder dos skinheads portugueses) foi liderada no terreno por Rui Fonseca e Castro, que já foi juiz e é agora candidato às eleições europeias. No vídeo, é possível ver que Fonseca e Castro continua a falar para um microfone enquanto as agressões ocorrem. Pelo menos três elementos da manifestação agridem o homem que está sozinho.

Fonseca e Castro, que foi expulso da magistratura por, entre outros motivos, ter liderado uma campanha contra a vacinação durante a pandemia de covid 19, justificou as agressões com o suposto facto de o homem ter “provocado” os manifestantes.

O Bloco de Esquerda diz que a vítima “não é conhecida” do partido e, como tal, não é militante: “O Bloco confirma a realização, pelas 13h00 de ontem, junto à sua sede nacional, de uma concentração promovida por um partido de extrema-direita. Dessa iniciativa não teve o Bloco conhecimento prévio. Foi testemunhada a agressão de uma pessoa, cuja identidade o Bloco desconhece."

Autoridades analisam os vídeos

As autoridades estão a analisar os vídeos que mostram os episódios de violência para perceber os contornos destas agressões.

O Expresso perguntou formalmente ao Ministério Público se foi aberto algum inquérito mas até ao momento não obteve qualquer resposta.

Uma fonte judicial explica que a abertura de inquéritos mesmo em episódios com contornos de violência e que envolvem membros de partidos em campanhas eleitorais é algo que consideram uma matéria "mais sensível". E se "as agressões forem desenquadradas da ação de campanha é um crime que depende da queixa das vítimas".

Na última semana, alguns elementos do Ergue-te causaram desacatos em Cabeceiras de Basto, durante um evento sobre questões de género e orientação sexual. Alguns vídeos mostraram um dos invasores a acusar a autarquia de usar dinheiro público para "promover a homossexualidade, a degeneração e a desconstrução da família".

Segundo a RTP, chamada ao local a GNR identificou quatro pessoas que retirou do auditório. Várias testemunhas apresentaram queixa-crime.

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