Brasil aplica reciprocidade e expulsa embaixadora da Nicarágua

1 mes atrás 88

"Determinamos a expulsão da embaixadora da Nicarágua" através da "aplicação do princípio de reciprocidade", disse à Lusa fonte da diplomacia brasileira.

Por outro lado, adiantou a mesma fonte, o embaixador brasileiro Breno Souza da Costa em Manágua "deverá retornar ao Brasil hoje à noite".

 A decisão foi anunciada depois do Governo do Presidente nicaraguense, Daniel Ortega, formalizar a expulsão do embaixador brasileiro Breno Souza da Costa, justificada pela ausência do diplomata em 19 de julho na comemoração do 45.º aniversário da revolução sandinista.

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, tem mantido uma relação próxima com Ortega desde 1980, quando o líder brasileiro viajou a Manágua para o primeiro aniversário da revolução sandinista, ocasião em que também se encontrou pessoalmente com o então Presidente cubano, Fidel Castro.

Nos últimos meses, porém, a relação deteriorou-se, principalmente devido à perseguição política do Governo de Manágua a antigos sandinistas e líderes religiosos.

O próprio Lula da Silva explicou a situação no mês passado, numa conferência de imprensa com correspondentes estrangeiros em Brasília, onde revelou que Ortega não atende o telefone desde que o Papa Francisco lhe pediu que defendesse a situação de um bispo detido na Nicarágua.

"Falei com o Papa e ele me pediu para falar com Ortega sobre um bispo que estava na prisão", disse Lula da Silva, referindo-se ao religioso Rolando Álvarez, preso pela oposição ao Governo nicaraguense.

"Ortega não atendeu o telefone e não quis falar comigo. Por isso, nunca mais falei com ele", acrescentou.

As expulsões de embaixadores acontecem numa altura em que Lula da Silva, juntamente com os Presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Manuel Andrés López Obrador, tentam negociar uma saída para a grave crise na Venezuela após as eleições de 28 de julho.

A Nicarágua é um dos poucos países da América Latina que reconheceu Nicolás Maduro como Presidente eleito da Venezuela após as eleições de 28 de julho, apesar de as autoridades eleitorais do país ainda não terem apresentado os resultados de um processo que a oposição denunciou como fraudulento.

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