Brasil vê António Costa em Bruxelas como alavanca para acordo com Mercosul

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Líder da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) elogia o novo presidente português do Conselho Europeu, num momento em que a UE e a Mercosul (continuam) a negociar o acordo comercial entre os dois blocos. “Este acordo é um ganha-ganha para a UE e o Mercosul”, diz o responsável brasileiro. França tem sido um dos principais opositores.

Brasília congratula a chegada de António Costa a presidente do Conselho Europeu. Do outro lado do Atlântico, o ex-primeiro-ministro é considerado como um interlocutor privilegiado do Brasil no coração da Europa.

Na semana passada, Lula da Silva abordou as dificuldades para chegar a acordo. “Passaram 30 anos dizendo que era o Brasil que não queria fazer o acordo. Nós decidimos, temos proposta, não inventem outro argumento para dizer que vão dificultar o acordo”, disse o presidente brasileiro em Brasília.

Um dos entraves é a questão da implementação da lei anti-deflorestação da União Europeia, que entra em vigor a 1 de janeiro de 2025. Segundo o Governo brasileiro, esta lei pode criar um prejuízo de 15 mil milhões de dólares às exportações brasileiras de produtos como soja, café, cacau e produtos florestais.

Um dos maiores críticos deste acordo é a França e o presidente gaulês tem sido bastante vocal nas suas críticas. “O Mercosul é um péssimo acordo como está a ser negociado agora. Este acordo foi negociado há 20 anos. Não o defendo, não é o que queremos. Deixemos de lado este acordo e construamos um novo, mais responsável, prevendo questões como o clima e a reciprocidade”, disse Emmanuel Macron, em março, durante uma viagem ao Brasil.

As negociações arrastam-se desde 1999 e têm o objetivo de facilitar o comércio entre os dois continentes e reduzir as tarifas, mas passados 25 anos ainda não há acordo fechado. França bloqueou o acordo em 2019 numa altura em que Macron e Bolsonaro estavam em guerra aberta.

Emmanuel Macron está pressionado pelo poderoso sector agrícola francês, que sente-se ameaçado com um acordo que abre as portas da UE a produtos agrícolas da América do Sul.

No início deste mês, o Governo português, em conjunto com vários países europeus, pressionaram Ursula von der Leyen para uma “rápida conclusão das negociações”, até ao final deste ano, noticiou a “Lusa”.

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