Bruxelas autoriza fusão da Orange com MásMóvil. Goldman considera positivo para o sector

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Após uma avaliação exaustiva que durou meses, a Comissão Europeia deu a sua aprovação final à criação de uma joint venture controlada a 50% pelas duas empresas de telecomunicações e avaliada em 18,6 mil milhões de euros. “A decisão anunciada de aprovar a consolidação no mercado da Orange com a MásMóvil em Espanha é, na nossa opinião, positiva para o sector”, defendem os analistas do banco.

O Goldman Sachs publicou uma nota de research a respeito da fusão da Orange com a MásMóvil em Espanha, com luz verde esta semana. Quase dois anos depois de a Orange e a MásMóvil terem iniciado as negociações exclusivas para combinar os seus negócios em Espanha, a operação recebeu o ‘ok’ de Bruxelas.

Após uma avaliação exaustiva que durou meses, a Comissão Europeia deu a sua aprovação final à criação de uma joint venture controlada a 50% pelas duas empresas de telecomunicações e avaliada em 18,6 mil milhões de euros.

Como seria de esperar, haverá remédios, ou seja, a Orange e a MásMóvil terão de alienar alguns ativos para garantir que a concorrência não seja reduzida no mercado retalhista espanhol. Os jornais espanhóis dizem que o principal beneficiário desses remédios, conforme acordado há dois meses, será a Digi. Mas os analistas do Goldman Sachs estão cépticos quanto aos benefícios que a Digi irá tirar.

“A decisão anunciada pela Comissão Europeia de aprovar a consolidação no mercado da Orange com a MásMóvil em Espanha é, na nossa opinião, positiva para o sector”, defendem os analistas do banco.

“Embora se esperasse a aprovação de uma consolidação de quatro para três, muitos investidores partiram do princípio de que remédios corretivos significativas iriam comprometer os benefícios da reestruturação do mercado, como aconteceu há uma década em Itália e na Alemanha”, refere a nota.

Os analistas do banco norte-americano dizem que os remédios aplicados à fusão (pela autoridade da concorrência) no mercado espanhol “oferecem ao pequeno operador Digi 60 MHz de espetro – um número insignificante para a construção de uma rede significativa, e um acordo grossista com a Orange em condições de mercado, que dificilmente se revelará mais atraente do que o acordo grossista que a Digi. já tem com a Telefónica”.

“As medidas corretivas foram bem sinalizadas (de acordo com os relatórios dos meios de comunicação social) e foram consideradas relativamente duras pelos investidores numa primeira fase, mas, na nossa opinião, não apoiam a construção de uma nova rede”, defendem os analistas.

“Consideramos agora provável uma reestruturação do mercado espanhol, o que impulsionará o crescimento e o retorno dos restantes operadores móveis espanhóis. Este facto tornar-se-á cada vez mais claro se a Digi mostrar intenções limitadas de construção de rede, como esperamos”, acrescentam.

“Reconhecemos, no entanto, que o debate se deslocou agora para a interpretação das medidas corretivas. Uma vez que é provável que os investidores enquadrem este exemplo no contexto de anteriores tentativas de consolidação na Alemanha e em Itália (em que as medidas punitivas impediram quaisquer benefícios notáveis), é provável que as implicações positivas de reparação do mercado que esperamos possam demorar algum tempo a refletir-se nos preços das ações”, concluem.

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