Bruxelas vai delinear sanções para colonos que ocupem ilegalmente territórios da Cisjordânia

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“Houve uma convergência em relação a um tema, a questão da necessidade de impormos sanções sobre colonos que estão a ocupar ilegalmente territórios na Cisjordânia, portanto a partir de agora vai começar o trabalho de delineação de um pacote de sanções sobre os colonos na Cisjordânia”, revela João Gomes Cravinho.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) reuniram-se em Bruxelas para discutir os dois conflitos que se vivem no mundo, a invasão da Rússia à Ucrânia e o conflito entre Hamas e Israel. João Gomes Cravinho, chefe da diplomacia portuguesa, marcou presença neste encontro e confirmou aos jornalistas os tópicos que foram abordados na reunião, nomeadamente sobre a “necessidade de impormos sanções sobre colonos que estão a ocupar ilegalmente territórios na Cisjordânia”.

“No pacote de assistência financeira e também no pacote de assistência militar há algumas dificuldades, esperemos que o Conselho Europeu no final desta semana consiga superar essas dificuldades e consiga voltar a colocar a Europa no caminho certo”, sublinha o ministro.

De acordo com João Gomes Cravinho a segunda questão abordada na reunião foi a situação em Gaza, onde “houve convergência em alguns tópicos e divergência em relação a outros. Convergência naturalmente em relação à condenação do Hamas, em relação ao apelo à libertação de reféns, e também em relação a um tema, que já tínhamos anunciado na semana passada que íamos colocar em cima da mesa, a questão da necessidade de impormos sanções sobre colonos que estão a ocupar ilegalmente territórios na Cisjordânia e, com isso, a pôr em causa a própria base da solução de dois Estados. Como ninguém se opôs, “vai começar o trabalho de delineação de um pacote de sanções sobre os colonos na Cisjordânia, que aliás têm beneficiado de alguma conivência da parte das forças de defesa israelitas”.

Houve também consenso, praticamente unânime, quanto ao apoio a António Guterres, surpreendendo, no entanto, “que tenha havido um país que achasse que deveríamos refletir, pensar mais sobre se devemos manifestar o nosso apoio ao secretário Geral das Nações Unidas”, quando os restantes “não tiveram nenhuma dificuldade com essa proposta”, revelou João Gomes Cravinho.

A outro nível, o ministro dos Negócios Estrangeiros revelou que a Hungria continua a ser o grande opositor quanto aos pacotes de ajuda à Ucrânia, no entanto também anunciou que o 12º. pacote dee sanções para a Rússia está a ser debatido. “A minha expectativa é que se consiga chegar a um consenso antes do Conselho Europeu. Em relação à facilidade de apoio à Ucrânia, creio que vai ocupar muito do tempo dos chefes de Estado e Governo que se vão reunir a partir de quinta-feira”, salienta o Gomes Cravinho.

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