Caixa propõe aumento salarial médio de 3,25% para 2024. STEC rejeita

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“Com esta proposta, 80% dos colaboradores no ativo e 51,6% dos aposentados passam a auferir uma remuneração superior a 2.000 euros”, destaca a Caixa.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) apresentou hoje uma nova proposta de revisão salarial com um aumento médio de 3,25% (entre 3,00% e 6,74% de aumento, em função do nível remuneratório).

“Apesar dos esforços no sentido da consensualização dos aumentos a aplicar”, esta proposta foi recusada pelo STEC, o sindicato dos trabalhadores da Caixa.

Em comunicado, o banco detalha que em janeiro deste ano, “já havia apresentado uma proposta de revisão salarial para 2024 correspondente a um aumento médio de 3,00% na tabela salarial. Após três reuniões com o STEC e da nova proposta, não foi possível ainda chegar a um acordo”.

A CGD garante que “valoriza o mérito e desempenho dos seus colaboradores e tem como um dos seus princípios norteadores o reconhecimento desse mérito, por ser um instrumento essencial na atração, motivação e retenção dos colaboradores com as capacidades e competências necessárias ao sucesso e bom desempenho da instituição”.

A proposta de aumento salarial para 2024 “reflete o reconhecimento pela Caixa do contributo dos colaboradores para os resultados alcançados, mas tem igualmente em conta o atual contexto económico e as orientações conhecidas”, reforça o banco liderado por Paulo Moita de Macedo.

“O aumento proposto pela Caixa para a tabela salarial está muito acima das propostas conhecidas no setor (2%)”, sublinha o banco que diz ainda que “conjuntamente com as promoções já realizadas e a realizar, permite atingir o aumento de 5% da massa salarial global em 2024, aumentando, assim, o poder de compra dos Colaboradores da CGD.”

A Caixa recorda que, desde que foram retomadas as atualizações anuais da tabela salarial, “tem havido consenso com a maioria dos Sindicatos e acredita que a proposta apresentada valoriza os salários e promove a melhoria das condições de vida de todos os seus Colaboradores e aposentados, devendo os stakeholders envolvidos convergir no sentido de que esta atualização seja aplicada com a maior brevidade possível”.

Em jeito de enquadramento, a CGD diz que o crescimento da massa salarial, considerando apenas o aumento da tabela salarial e as promoções, foi superior, no período global 2018–2023, aos valores registados de inflação (19,7% de crescimento, face a 15,4% da taxa de inflação), “o que representou um aumento do poder de compra dos colaboradores da CGD”, defende o banco.

Em 2023, considerando apenas o aumento da tabela salarial e as promoções realizadas, a massa salarial aumentou 6,1%, recordando que foram ainda processados prémios e incentivos comerciais

“De acordo com o INE, a Remuneração Bruta Total Mensal Média por Trabalhador é de 1.505 euros, superior em 47 euros em relação à Remuneração Bruta Total Mensal Mínima na CGD (1.458 euros) e inferior em 1.113 euros à Remuneração Bruta Total Mensal Média praticada na CGD que é de 2.618 euros (remuneração fixa incluindo subsídio de refeição e não considerando a Administração da CGD)”, lê-se no comunicado.

A pensão média da CGD é de 2.215 euros, que compara com a pensão média da CGA (Caixa Geral de Aposentações) de 1.496 euros e a pensão média de 554 euros da Segurança Social, diz o banco.

A CGD refere que desde 2017, foram promovidos, pelo menos uma vez, 85% dos colaboradores no ativo.

Relativamente ao prémio de desempenho e potencial, que é atribuído por decisão de gestão, em 2023 o mesmo foi atribuído a 90% dos colaboradores.

A CGD diz ainda que o valor dos Incentivos Comerciais de 2023 duplicou face ao ano anterior.

“Em 2023, se juntarmos o prémio de desempenho e os incentivos comerciais pagos, 93% dos Colaboradores receberam remuneração variável”, refere o banco em resposta ao STEC.

“Com o propósito de incrementar a capacitação dos colaboradores, a Caixa reforçou em 2023 o investimento em Formação (aumento de 44% face ao ano anterior)”, frisa o banco.

Em termos de impacto da proposta de aumento salarial para 2024, o banco diz que, considerando apenas a proposta de aumento médio da tabela em 3,25% e as promoções realizadas e a realizar, o aumento da massa salarial global atingirá 5%.

O subsídio de apoio ao nascimento “tem um aumento mais expressivo, de 900 euros para 1.000 euros (+11,1%), conforme o  compromisso assumido em 2023”.

Por outro lado o subsídio de refeição aumenta de 12,50 euros para 12,91 euros.

“Os colaboradores até ao nível remuneratório 8B terão aumentos superiores a 3,25%”, referindo-se a CGD a 2.074 colaboradores no ativo (35,8%) e a 2.047 pensionistas (16,8%).

O salário médio sobe para 2.717 euros (o que traduz um aumento de 101 euros) e a pensão média para 2.287 euros (o que traduz um aumento de 72 euros).

“Com esta proposta, 80% dos colaboradores no ativo e 51,6% dos aposentados passam a auferir uma remuneração superior a 2.000 euros”, destaca a Caixa.

O banco realça que este ano foram já realizadas 1.247 promoções, envolvendo 19% dos Colaboradores em Portugal. “Paralelamente, em 2024 dar-se-á continuação à atribuição aos colaboradores do prémio de desempenho e potencial e de incentivos comerciais, estimando-se que o prémio de desempenho e potencial seja processado em abril e que abranja 90% dos colaboradores, com um aumento do valor a distribuir, face a 2023”.

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