Campeão sem boicote

7 meses atrás 60

Esta jornada até pode ter sido de grandes percalços no futebol português, mas o Benfica não foi alvo dos mesmos, em todos os sentidos, e venceu justa e confortavelmente um Gil Vicente apático, por 3-0, subindo, à condição, à liderança do campeonato português.

Num fim de semana marcado por vários adiamentos, fruto do boicote das autoridades, em protestos por melhores condições laborais, Benfica e Gil Vicente foram a jogo. Do lado encarnado, Roger Schmidt promovia o regresso à titularidade de Bah, fazendo Aursnes regressar ao meio campo, largos meses depois, para ficar João Mário no banco de suplentes, assim como Kokçu (Florentino Luís titular). Do lado gilista, Vítor Campelos dava a titularidade a Gbane, no lugar de Martim Neto (emprestado pelo Benfica).

Fácil demais

Ao contrário do que se vê com boa parte das equipas em Portugal, o Gil Vicente foi até à Luz a pressionar alto e com muita gente, tentando constranger a saída a jogar por trás do Benfica, mas os de Barcelos foram dando espaço em excesso no miolo e entre linhas e os encarnados nunca pareceram ter realmente dificuldades em ultrapassar essa pressão. Isso, de resto, permitiu às águias ir explorando bem a verticalidade dada por Bah (distinta da que dava Aursnes) e juntar bem os médios à transição.

Contudo, a verdade é que foram as bolas paradas a fazer tremer por completo os gilistas. Logo aos 5', Arthur Cabral atirou de cabeça ao poste, num canto estudado, mas pouco depois, aos 15', novamente num canto, não perdoou e aproveitou a falha de marcação para fazer o 1-0. Por esta altura, o Gil Vicente já não pressionava de forma tão acutilante, mas continuava a dar espaço em excesso no miolo e, quando não o fazia, o Benfica usava Arthur Cabral, a trabalhar à pivot, para queimar etapas e sair na transição com relativa facilidade.

João Neves faturou @Kapta+

Não demonstrando grande capacidade de reação ofensiva - Félix Correia e Murilo mal explorados pela sua velocidade e sempre dependentes das suas iniciativas individuais -, o Gil voltou a ser ferido num canto, aos 34', numa jogada de insistência de João Neves, que atirou de trivela para o 2-0. O Benfica estava confortável na partida e o Gil Vicente não parecia ter capacidade de contrariar isso mesmo, ao ponto de os encarnados terem desperdiçado chances de fazer o 3-0 na transição, antes do intervalo.

Pouco mudou

Era preciso um Gil Vicente bem melhor para retirar algo da partida e fazer tremer um Benfica super confortável no jogo, mas os encarnados não viram grandes diferenças no conjunto de Barcelos no arranque da 2ª parte e foram gerindo a posse de bola, demonstrando a mesma facilidade em chegar com perigo ao último terço. Não foi, por isso, de estranhar que as águias precisassem de menos de cinco minutos para ampliar a vantagem, numa jogada bem tricotada pela esquerda, onde Aursnes assistiu Rafa para o 3-0.

Benfica esteve sempre confortável @Kapta+

O 3º golo encarnado deu cabo de quaisquer esperanças que o Gil Vicente pudesse ainda ter. Vítor Campelos, vendo a equipa claramente abaixo do desejado, ainda tentou mexer com os ânimos e fez três alterações aos 58', mas a verdade é que de pouco valeu e o jogo entrou mesmo num ritmo previsível e, por vezes, algo enfadonho. As duas equipas pareciam aceitar por completo o resultado que tinham em mãos.

Percebendo que o jogo estava resolvido, Roger Schmidt aproveitou para promover a rotação da equipa e as entradas de David Neres e Álvaro Carreras (muito aplaudido, depois dos elogios do treinador, na antevisão) ainda trouxeram alguma velocidade que ia já faltando na partida, mas nada com real impacto. Os 25 minutos finais foram, assim, quase disputados em registo de treino e entrosamento (principalmente Carreras, Alex Pinto e Afonso Moreira) e o Gil apenas assustou realmente aos 85', por Touré, mas Trubin esteve bem e o 3-0 não mais foi alterado.

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