O presidente dos EUA, Joe Biden, ordenou segunda-feira que a empresa chinesa MineOne Partners Limited vendesse um terreno que possui perto de uma base da Força Aérea dos EUA e onde tencionava fazer uma 'mina' de moedas digitais.
A empresa tem 120 dias para alienar o ativo que possui nas proximidades da base aérea Warren, em Cheyenne, no Estado de Wyoming, que tinha adquirido em 2022, e também nas cercanias de instalações da Microsoft, onde decorrem atividades conjuntas com o Pentágono.
Aquela é uma base de mísseis estratégica, onde estão mísseis balísticos intercontinentais LGM-30G Minuteman III.
"A proximidade de um terreno de propriedade estrangeira a uma base de mísseis estratégica e elemento-chave do triângulo nuclear dos EUA, bem como a presença de equipas especializadas de origem estrangeira potencialmente capazes de desenvolver atividades de vigilância e espionagem, representa um risco para a segurança nacional dos EUA", segundo um comunicado da Casa Branca.
A 'mina' de criptomoedas consiste em grandes contentores instalados no terreno cheios de computadores, que exercem uma pressão elevada sobre a rede elétrica.
Segundo uma investigação do The New York Times, nos EUA há mineração de criptomoedas por investidores chineses em pelo menos uma dezena de Estados, que utilizam a energia combinada de 1,5 milhões de habitações.
A decisão da Casa Branca segue-se a uma referência do Comité sobre os Investimentos Estrangeiros nos EUA [CFIUS, na sila em Inglês], que estimou o risco resultante tanto da proximidade física com a base aérea, como da presença do equipamento informático.
"A proximidade de uma empresa estrangeira de mineração de criptomoedas com um sítio de mísseis estratégicos, elemento-chave da força nuclear dos EUA, representa um risco significativo para a segurança nacional, o que conduziu o CFIUS a assinalar" a transação à Casa Branca, detalhou o Departamento do Tesouro, em comunicado próprio.