Caso gémeas. "Quero acreditar que aceleração foi por razões humanitárias"

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O ex-ministro da Saúde, Manuel Pizarro, deu, esta terça-feira, uma entrevista durante a qual falou sobre o plano de emergência para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e também sobre o caso das gémeas luso-brasileiras - e a eventual comissão parlamentar de inquérito, proposta pelo Chega.

"Este caso pode e deve ser esclarecido", começou por considerar o antigo governante, em declarações à CNN Portugal, elogiando o trabalho da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS). Pizarro foi confrontado com o relatório desta entidade, que indica que  "não foram cumpridos os requisitos legais no acesso das duas crianças à consulta de neuropediatria" no Hospital de Santa Maria - e questionado sobre se esta não é uma forma de pressão política.

"É preciso distinguir a componente da parte administrativa da marcação da consulta, onde a IGAS identificou procedimentos irregulares face àquilo que seria o procedimento normal da componente médica - onde a IGAS é até muito elogiosa sobre a forma os médicos do Santa Maria conduziram o tratamento das crianças. É preciso distinguir os dois planos. Acho que os portugueses têm hoje toda a informação necessária para fazerem o devido julgamento político e faço lembrar que está em curso ainda uma averiguação por parte do Ministério Público sobre eventuais aspetos de natureza criminal. Já são fora do foro do julgamento político", justificou. 

Pizarro sublinhou ainda que o inquérito da IGAS é esclarecedor quanto à aceleração da marcação da consulta, em função de contactos feitos com o então secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales. "Quero acreditar que essa aceleração foi feita por razões de natureza humanitária, mas não há dúvida nenhuma de que não foram cumpridas as normas administrativas de acesso ao SNS. Foram aceleradas ou ultrapassadas", explicou.

[Notícia em atualização]

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