CDU encontra criança que queria ser empresária “mas é um sonho muito difícil de se concretizar hoje em dia”

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Junto ao Rio Tejo, debaixo da sombra das árvores, no Jardim Municipal de Vila Franca de Xira há bandeiras do PCP penduradas nos insufláveis, as crianças pintam cravos e ouve-se a história do elefante acorrentado.

A caravana da CDU assinala o Dia Mundial da Criança como uma iniciativa que junta alguns elementos da família comunista.

Ana (que pede para ser tratado por Anita), 10 anos, sabe que está numa festa da CDU, um ambiente ao qual está habituada. “Cresci a ir aos comícios da CDU com os meus apoios e apoio o PCP”, diz, com discurso desenvolto.

Gosta de ser criança, aconselha até todas as crianças a “não terem pressa de crescer”, porque, justifica, “se já nascêssemos adultos, perdíamos a diversão”.

Criança, mas já tem sonhos para a vida adulta. Mas, diz, vai ser difícil. “É um sonho, provavelmente não vai poder acontecer, mas gostava de ser empresária”, afirma. Anita justifica o seu pessimismo: “estou no 5º ano, as minhas notas têm vindo a cair e é um sonho muito difícil de se concretizar hoje em dia”.

Entretanto, chega João Oliveira. Vai metendo conversa com uma ou outra criança, algumas intimidadas com a presença dos jornalistas.

Na hora dos discursos, o cabeça de lista da CDU toma a palavra para falar dos direitos das crianças e alertar que “uma em cada quatro crianças dentro da União Europeia está em situação de pobreza”.

“Naturalmente que a pobreza das crianças é a pobreza das suas famílias, são os baixos salários das suas famílias, é a necessidade de ter dois ou três empregos para conseguir meios de subsistência, é uma desarticulação dos horários de trabalho com a vida familiar”, enumera o candidato.

Por isso, João Oliveira defende que esta deve ser uma prioridade na Europa.

"O combate à pobreza e exclusão social exige ser tratado como uma prioridade. Isso exige políticas diferentes das da União Europeia, que têm conduzido ao aprofundamento das desigualdades, das injustiças, ao empobrecimento. Isso exige quem no Parlamento Europeu diga que não pode ser esse o caminho e aponte o caminho alternativo", disse.

Oliveira defendeu ainda que o Estado tem responsabilidades, por exemplo, na garantia do acesso universal à creche, à saúde, educação e cuidados de infância, mas também na proteção das crianças imigrantes.

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