Segundo o CEO da Volkswagen, os problemas da empresa não são de agora e já remetem há alguns anos. Perceba o que está em jogo.
Este ano está a ser conturbado para a Volkswagen, que enfrenta desafios em várias áreas. No entanto e segundo declarações recentes do diretor executivo da marca, Oliver Blume, os problemas não são de agora.
No último trimestre, os lucros após impostos caíram 63,7%. Embora as vendas globais tenham aumentado ligeiramente nos primeiros nove meses do ano, a margem operacional desceu para 2,1% (3,4% em 2023), sendo a mais baixa desde a pandemia. O objetivo traçado era superar os 6% em 2026.
De acordo com o avançado pelo CEO da VW ao jornal alemão Bild am Sonntag, a situação atual é o resultado de “problemas estruturais com décadas de existência”. Blume mencionou que é necessário agir sobre os custos de desenvolvimento e vendas, assim como noutras áreas, se querem acompanhar os rivais. “O objetivo de ajustar custos e capacidade de produção já foi definido”, avançou.
© VolkswagenA solução? Cortar custos
A Volkswagen tem insistido na necessidade de cortar custos — com a meta de os reduzir em quatro mil milhões de euros — apontando a medida como um caminho necessário a percorrer, para recuperar a competitividade e enfrentar os vários problemas com que se depara.
Como resultado, está a ponderar o encerramento de três fábricas na Alemanha e uma redução salarial de 10%, entre outras medidas. Decisões que não foram bem recebidas pelos trabalhadores, que desde o início das discussões têm sido incansáveis nas suas reivindicações.
O responsável de recursos humanos do Grupo, Gunnar Kilian, reforçou que os trabalhadores precisam de estar dispostos a aceitar cortes salariais, para que a empresa possa “arregaçar as mangas e abordar a reestruturação rapidamente”.
“O custo da mão-de-obra na Alemanha, por exemplo, é mais do que o dobro da média de outros locais na Europa onde operamos.”
Oliver Blume, CEO VolkswagenBlume mostrou-se inflexível relativamente aos cortes salariais, afirmando estar apenas disponível para alterar a forma como se chega a estes. As negociações com a Comissão de Trabalhadores terá uma nova ronda no dia 21 de novembro.
O jornal Bild avança ainda que a Volkswagen colocou de lado 900 milhões de euros para implementar as medidas de redução de custos. Já o fecho de fábricas continua a ser uma incógnita.
Fonte: Bild