‘Cerâmica ativista’, uma das muitas facetas artísticas de Ai Weiwei

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Expressões como “ativismo” e “defesa da liberdade de expressão” surgem amiúde coladas à figura de Ai Weiwei.

O artista chinês que escolheu viver em Portugal, longe de tudo, procura o recato para criar, mas isso em nada afeta o seu olhar e sentido crítico. Weiwei explora temas sociais e políticos destemidamente, e nesta exposição intimista – no total, são 17 peças – isso perpassa de forma inequívoca. Como sempre.

E se a sua prática é multidisciplinar, incorporando fotografia, escultura, vídeo e literatura, em “Paradigm” o foco é a porcelana, um material que sempre explorou e cuja delicadeza contrasta, muitas vezes, com a dureza das mensagens nela gravadas. Caso do extraordinário conjunto de seis pratos, inspirados na “Odisseia” de Homero, através dos quais estabelece uma correlação entre a jornada de Ulisses e a crise global dos refugiados.

A natureza cíclica da História é aqui plasmada em seis temas: “Guerra”, “Ruínas”, “A Jornada”, “Travessia do Mar”, “Campos de Refugiados” e “Manifestações”. À distância seriam “apenas” seis pratos de porcelana azul e branca, com um estilo de pintura tradicional do final da dinastia Yuan, início da dinastia Ming (séc. XIII/XIV), mas a aproximação aos mesmos revela essa narrativa que denuncia a violência – física e psicológica – de que os refugiados são alvo.

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