Cerimónias do Dia D. "Não podemos curvar-nos aos ditadores"

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06 jun, 2024 - 21:32 • Marta Pedreira Mixão , com Lusa e Reuters

Líderes ocidentais reunidos para assinalar os 80 anos do desembarque na Normandia. De fora da lista de convidados para as comemorações ficou o Presidente russo, Vladimir Putin, por causa da guerra na Ucrânia.

Esta quinta-feira celebram-se os 80 anos do desembarque dos aliados na Normandia, no norte de França. A ofensiva de 156 mil soldados teve um contributo decisivo para derrotar a Alemanha nazi, de Adolf Hitler, e acabar com a Segunda Guerra Mundial.

Para assinalar a data, vários líderes mundiais reuniram-se para homenagear os soldados que morreram e os veteranos, numa altura em que a guerra assola novamente o continente europeu.

Além do Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro, Gabriel Attal, estiveram também presentes o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o rei Carlos III, o presidente italiano Sergio Mattarella, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e também o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte.


De fora da lista de convidados para as comemorações, ficou o Presidente russo, Vladimir Putin, numa ausência simbólica devido à guerra na Ucrânia.

O conflito da Rússia contra a Ucrânia foi um dos temas das intervenções na cerimónia do Dia D.

Biden assegura apoio do Ocidente a Kiev

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu continuar a defender a Ucrânia para evitar que o país caia perante a opressão russa e avisou que "a democracia está mais ameaçada do que nunca".

"Não podemos curvar-nos aos ditadores. É simplesmente impensável", afirmou Biden, num discurso no cemitério norte-americano de Colleville-sur-Mer, durante as cerimónias comemorativas do 80.º aniversário do desembarque da Normandia (França), conhecido como o "Dia D".

"Se o fizéssemos, estaríamos a esquecer o que aconteceu aqui nestas praias sagradas", prosseguiu o líder norte-americano, assegurando que os aliados ocidentais "não vão desistir" da defesa da Ucrânia e nem vão permitir que a Rússia ameace mais a Europa.

E acrescentou: "Estaremos dispostos a enfrentar a tirania, a defender a democracia e a liberdade? A resposta só pode ser sim".

Na intervenção, Biden classificou este momento como uma "ilustração poderosa" de como as alianças, "as alianças reais", tornam os países mais fortes.

"Esta foi uma lição que rezo para que nós, americanos, nunca esqueçamos", concluiu.


O Presidente francês comparou a coragem do povo ucraniano ao espírito das tropas dos aliados na Segunda Guerra Mundial.

A discursar no local onde tudo aconteceu há 80 anos, e com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na plateia, Emmanuel Macron garantiu que a Europa não vacilará perante a ameaça russa à paz.

"Perante o retorno da guerra ao nosso continente, perante aqueles que afirmam mudar fronteiras pela força ou reescrever a história, sejamos dignos de honrar aqueles que aqui desembarcarem. A sua presença aqui hoje, Sr. Presidente da Ucrânia, é uma homenagem. Obrigado, obrigado, obrigado ao povo da Ucrânia pela bravura e pelo gosto da liberdade. Estamos aqui e não vacilaremos. Quando a anestesia e a amnésia estão à espera, quando as consciências adormecem, é esse impulso que nos levam sem medo. É por isso que estamos aqui hoje", declarou Macron.

À medida que os veteranos chegavam a uma comemoração internacional na praia de Omaha, na quinta-feira, os líderes mundiais aplaudiam cada um deles à medida que eram empurrados por eles em cadeiras de rodas, alguns deles a sorrir orgulhosamente e a fazer continência.

Alguns líderes, incluindo o Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy e o Primeiro-Ministro holandês Mark Rutte, ajoelharam-se para ficar ao mesmo nível dos veteranos em cadeiras de rodas e trocaram algumas palavras.


A 6 de junho de 1944, mais de 156 mil militares desembarcaram nas costas da Normandia em cinco praias que receberam os nomes de código Omaha, Gold, Juno, Sword e Utah.

A força era constituída principalmente por tropas norte-americanas, britânicas e canadianas, mas a operação incluiu apoio naval, aéreo e terrestre australiano, belga, checo, neerlandês, francês, grego, neozelandês, norueguês e polaco.

O Dia D, como ficou para a História, foi a maior invasão anfíbia da guerra, e permitiu abrir uma nova frente, aliviando a pressão sobre a União Soviética a Leste e marcando o início do fim da Guerra.

A II Guerra Mundial (1939-1945) só viria a terminar cerca de um ano depois, em agosto, com a rendição do Japão após o lançamento de bombas atómicas norte-americanas em Hiroshima e Nagasaki, três meses depois da capitulação alemã.

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