César admite custar ao PS viabilizar orçamento no qual não confia

1 hora atrás 19

Carlos César destacou o sentido de responsabilidade do partido Miguel A. Lopes - Lusa

O presidente do PS, Carlos César, admitiu na última noite que custa aos socialistas viabilizar o orçamento porque não gostam da proposta nem confiam no Governo, explicando que a decisão foi colocar o interesse nacional acima do interesse partidário.

No final da reunião da Comissão Política Nacional de PS, que durou cerca de quatro horas e da qual saiu a aprovação por unanimidade da proposta do líder socialista de viabilizar o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), Carlos César disse aos jornalistas que esta "foi uma noite muito importante também para a democracia portuguesa" e na qual houve uma "manifestação de grande unidade do PS".

"Se nos pergunta: custa-nos viabilizar este orçamento? Claro que nos custa. Nós não gostamos deste orçamento, nós não confiamos neste Governo, mas nós entendemos que primeiro está o país", assumiu.

Para o presidente do PS "não pode haver uma situação de paralisia na administração" do país, mesmo se não os socialistas não confiam na condução da governação que está a ser feita pelo executivo PSD/CDS-PP liderado por Luís Montenegro.

"Estivemos aqui numa reunião de um partido que não gosta de um orçamento, que não confia num Governo, mas que ponderou o interesse nacional e aquilo que nos afigura mais importante, que era considerar que nesta situação de grande fragilidade que o país atravessa, com a conjuntura externa com riscos que não são de menosprezar, a melhor atitude seria a de evitar que houvesse uma paralisação da administração no país", justificou.

Interesses do país em primeiro lugar

Sublinhando que esta "posição foi assumida por unanimidade", Carlos César considerou tratar-se de uma "manifestação de grande unidade do PS, mas também de grande apuramento no sentido da defesa do interesse nacional".

"Um partido que faz isso, considerando ser um partido que simultaneamente quer ser o partido da oposição e o partido de alternativa ao Governo, é um partido que põe acima do seu próprio interesse o interesse do país e dos seus concidadãos", defendeu, sublinhando que "não houve qualquer divisão (interna) na fase anterior".

A proposta do líder do PS, Pedro Nuno Santos, para a viabilização, através da abstenção, do Orçamento do Estado para 2025 foi hoje aprovada por unanimidade pela Comissão Política Nacional do PS, adiantou à Lusa fonte oficial.

O secretário-geral do PS anunciou a semana passada que iria propor à Comissão Política Nacional desta segunda-feira que o partido optasse pela abstenção, quer na generalidade quer na votação final global, o que na prática significa que o primeiro orçamento do Governo liderado pelo social-democrata Luís Montenegro será viabilizado.

Ler artigo completo