CGD foi principal responsável pela subida dos resultados do sector financeiro do Estado em 2022

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No relatório do CFP é dito que “o conjunto das empresas financeiras do Sector Empresarial do Estado, não considerando a participação na Efacec, atingiu um resultado líquido positivo de 867 milhões em 2022” o que traduz uma subida de 230 milhões face a 2021.

O Conselho das Finanças Públicas publicou o relatório sobre o Sector Empresarial do Estado 2021-2022. No que se refere às empresas financeiras, o resultado líquido ignorando a participação da Parpública na Efacec, foi positivo em 867 milhões de euros, ou seja, mais 230,5 milhões do que no ano anterior.

Tendo em consideração os prejuízos da Efacec em 2022 de 52,9 milhões, o resultado líquido desta empresa soma 814,2 milhões de euros.

Sem surpresas, a Caixa Geral de Depósitos, maior entidade empresarial sob controlo do Estado, foi a principal responsável para esta subida dos lucros, beneficiando da subida das taxas de juro que tem impacto nas receitas de margem financeira.

“O maior contributo favorável para esta evolução veio da CGD com um incremento de 259 milhões, o que decorre, fundamentalmente, da evolução favorável das taxas de juro e consequente melhoria da sua margem financeira”, lê-se no relatório.

Ao contrário da CGD, o Banco Português de Fomento (BPF) registou uma queda de 20 milhões dos resultados líquidos em 2022, o que resulta da redução das operações financeiras associadas a unidades de participação de fundos de capital de risco e do aumento de provisões líquidas.

“Destaca-se ainda a Parpública, cujos resultados líquidos diminuíram 13 milhões pelo incremento de imparidades com o empréstimo convertível emitido pela TAP SGPS”, avança o relatório.

“A Efacec, sociedade participada pela Parpública, registou uma deterioração significativa da sua situação económico-financeira entre 2020 e 2021, no seguimento de uma forte quebra no volume de negócios”, revela o relatório.

No entanto, em 2022, “a Efacec registou uma recuperação e apresentou um prejuízo final de -52,9 milhões de euros (o que compara com -184 milhões de em 2021)”, acrescenra.

Mas, explica o CPF, recuperação dos resultados líquidosda Efacec “decorre essencialmente da reversão da imparidade de goodwill e marca, sendo que o volume de vendas ainda não recuperou o nível pré-pandemia”.

“De notar que a apropriação pública da empresa ocorreu em 2020, consubstanciada na detenção de 71,73% do capital social pela Parpública”, salienta o Conselho de Finanças Públicas que lembra que “após uma primeira tentativa para reprivatização da Efacec no início de 2022, esta acabou por não ser concluída com sucesso, tendo sido aberto um novo processo no final daquele ano que ficou concluído em 2023” com a venda ao fundo alemão Mutares.

Só a CGD e Banco de Fomento pagaram dividendos

Do grupo de empresas financeiras, apenas a CGD e o BPF pagaram dividendos de 378,2 milhões e de 3,5 milhões respetivamente ao Estado em 2022.

O CFP relata que as receitas provenientes de dividendos diminuíram 29 milhões, principalmente devido à redução do montante entregue pelo Banco de Portugal e pela Caixa Geral de Depósitos.

O Banco de Portugal entregou ao Estado um valor líquido de 311 milhões de euros, uma redução de 25 milhões face a 2021, e a CGD entregou um valor de 299 milhões, menos quatro milhões de euros do que no ano anterior.

“Uma situação semelhante ocorreu com as Administrações Portuárias (de Lisboa, de Sines e Algarve e do Douro e Leixões) que em conjunto entregaram cerca de 700 mil euros, menos 2,4 milhões do que em 2021, e com a Portugal Ventures Capital Initiative que distribuiu dividendos no valor de 1,1 milhões de euros, menos 800 mil que um ano antes”, acrescenta o relatório.

Já o Banco Português de Fomento entregou, pela primeira vez, dividendos líquidos no valor de 2,7 milhões em 2021.

Nesse ano, o sector das empresas financeiras do SEE era constituído por oito empresas.

A maior empresa financeira continua a ser a Caixa Geral de Depósitos (CGD), ao representar mais de 60% do capital social e 98% dos trabalhadores deste sector (excluindo o Grupo Efacec), bem como do volume de negócios e dos resultados líquidos.

O relatório do CFP revela ainda que em 2022, o SEE integrava 159.370 trabalhadores, representando 3,3% do emprego nacional e 20,1% do emprego público. Comparativamente com 2021, denotou-se um acréscimo de 111 trabalhadores no SEE (+0,1%).

“Salienta-se o acréscimo registado na TAP, SA (+362), e na Águas de Portugal (+71). Em sentido contrário, ocorreu uma diminuição de 390 trabalhadores nas sociedades financeiras em análise (particularmente na CGD e na Efacec) e uma redução de 200 trabalhadores na TAP SGPS.

Quantos trabalham no sector financeiro do Estado?

No sector das empresas financeiras do SEE (oito empresas), a Caixa Geral de Depósitos representa 98% dos trabalhadores (excluindo o Grupo Efacec).

Em 2022, o número de trabalhadores no sector financeiro somava 11.423, dos quais os da CGD eram a larga maioria ao totalizarem 11.178.

A Parpública tinha 35 trabalhadores; a Parparticipadas SGPS tinha onze colaboradores no mesmo ano; a Sofid – Instituição Financeira Crédito tinha dez pessoas no quadro; a Fundiest AMO reportava 12 pessoas e o Banco de Fomento tinha 177 colaboradores.

O grupo Efacec, que nesta análise é considerado tendo em conta a participação financeira do Estado através da Parpública em sentido estrito, ainda que as empresas deste Grupo sejam sociedades não financeira, tinha 1.923 trabalhadores em 2022.

O número de trabalhadores do sector financeiro incluindo a Efacec é de 13.346, menos que os 13.736 registados em 202.

O sector financeiro do Estado tinha 6.419,4 milhões de euros de capital social (6.728,3 milhões incluindo a Efacec Power Solutions).

O volume de negócios deste grupo de empresas em 2022 atinge os 2.405,3 milhões de euros, passando a 2.566,1 milhões com a Efacec.

Os gastos operacionais deste sector totalizaram 1.091,2 milhões, e com a Efacec 1.316,6 milhões de euros.

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