Chá com cianeto e dívidas milionárias. Morte em hotel de Banguecoque foi crime premeditado

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Crime

17 jul, 2024 - 19:10 • Miguel Marques Ribeiro

A polícia local ainda investiga o móbil do crime, mas este deverá estar relacionado com disputas legais por causa de investimentos que não tiveram o retorno prometido.

O mistério em torno da morte de seis pessoas, ocorrida esta terça-feira, na Tailândia, adensou-se nas últimas horas. A polícia detetou cianeto nas seis chávenas de chá utilizadas pelos três homens e três mulheres que foram encontrados sem vida, numa suite do hotel Grand Hyatt Erawan, em Banguecoque.

A mesma substância mortal foi encontrada num frasco de chá e no sangue de um dos homens mortos, afirmou a polícia, segundo o Bangkok Post.

A principal suspeita de ser a autora do envenenamento é Sherine Chong, uma vietnamita de 56 anos com nacionalidade norte-americana, que geria investimentos imobiliários e que é uma das pessoas que foram encontradas mortas.

A polícia descobriu que Chong enfrentava processos legais movidos pelos restantes cinco membros do grupo. Dois deles, que formavam um casal, tinham investido o equivalente a mais de 250 mil euros.

Sabe-se que, além de Chong, havia ainda um outro morto com nacionalidade norte-americana, estando o FBI, por essa razão, a ajudar na investigação. Os restantes quatro elementos eram vienamitas.

Todos terão estado alojados no hotel, para onde foram convidados por Chong para tentar resolver a disputa legal, sem que tivessem chegado a um acordo.

Embora os corpos tenham sido encontrados apenas na terça-feira, as mortes terão ocorrido no dia anterior. Nessa altura, dos seis, só Chong ainda não tinha feito o check-out no hotel de luxo, situado no bairro financeiro da capital tailandesa.

A polícia acredita que a suspeita convocou os outros elementos para uma última ronda de negociações que se revelaria afinal uma armadilha macabra.

Chong fez uma encomenda de bebidas e comida e quando os funcionários fizeram a entrega do pedido, pelas 13h57, só ela se encontrava no local. Disse então aos funcionários que não era necessário que servissem o chá, relatou ainda o subcomandante do Departamento de Polícia Metropolitana, em declarações reproduzidas pelo The Guardian.

As câmaras de vigilância existentes no hotel mostram o último momento em que o grupo é visto com vida: os seis estão reunidos fora do quarto preparando-se para entrar.

Nenhum dos elementos do grupo foi visto a sair depois das 14h17, nem nenhum outro elemento se juntou a eles.

Os funcionários do hotel entraram na suite, na terça-feira, quando já tinha sido ultrapassada a hora de check-out e encontraram as seis pessoas sem vida. Os pratos de comida pareciam não ter sido tocados e ainda estavam selados pela película aderente.

A polícia acredita que uma análise mais detalhada das imagens do sistema de CCTV deve permitir traçar um cronograma da estadia do grupo no hotel.

A confirmar-se a linha de investigação policial, este poderá ser um caso de “suicídio homicida”, também designado de “suicídio ampliado”.

Este não é o primeiro homicídio de grande impacto que envolve a utilização de cianeto na Tailândia. No passado, uma mulher tailandesa foi acusada de 14 crimes de homicídio, num dos piores casos de assassínio em série do país.

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