"Numa democracia saudável, os ativistas políticos, os defensores dos direitos humanos, as organizações da sociedade civil, os jornalistas, os historiadores ou os cientistas nunca deveriam ser presos", declarou Borrell num comunicado publicado por ocasião do Dia da Memória das Vítimas da Repressão Política, que se assinala na Rússia.
Os ativistas Igor Baryshnikov e Yuri Dmitriev, o político Aleksei Gorinov e as jornalistas Antonina Favorskaya e Maria Ponomarenko, todos citados no comunicado, "devem ser libertados imediata e incondicionalmente", declarou.
O chefe da diplomacia europeia lamentou que os presos políticos na Rússia enfrentam "o uso persistente de tortura e maus-tratos, incluindo a detenção prolongada em celas punitivas de isolamento frias e húmidas, e a negação de cuidados médicos adequados, levando a uma grave deterioração da saúde ou mesmo à morte, como aconteceu ao opositor Alexei Navalny em fevereiro.
"São frequentemente escondidos da vista do público, têm o acesso negado a representação legal ou são separados das suas famílias", condenou.
Borrell acrescentou que a Rússia "continua a manipular e a distorcer a História para justificar a sua guerra de agressão contra a Ucrânia" e apelou para a retirada da sua legislação "opressiva", incluindo a relativa à criminalização de informações "verdadeiras" sobre a invasão do país vizinho
O alto representante da UE referiu-se também à lei dos chamados "agentes estrangeiros" e "organizações indesejáveis", que disse serem "meras ferramentas para suprimir a sociedade civil e as vozes independentes".
"A União Europeia manifesta a sua solidariedade e manifesta a sua profunda admiração e o seu forte apoio aos cidadãos russos que, apesar dos grandes riscos pessoais e em condições extremamente difíceis, falam corajosamente a verdade e trabalham por uma Rússia livre e democrática, comprometida com os direitos humanos, o Estado de Direito e a paz", destacou ainda Borrell.
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