China e Rússia negoceiam alternativa euro-asiática à NATO

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Os ministros dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, e chinês, Wang Yi Reuters

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, e o homólogo russo, Sergey Lavrov, abordaram esta sexta-feira a "construção de uma nova arquitetura de segurança euro-asiática", proposta pela Rússia como alternativa ao modelo euro-atlântico da NATO.

Esta iniciativa foi apresentada pelo presidente russo, Vladimir Putin, "como resposta à estagnação dos mecanismos euro-atlânticos", referiu o comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, após a reunião, que teve lugar em Vientiane, capital do Laos, onde decorre uma cimeira de ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

O comunicado da diplomacia chinesa não fez, porém, qualquer referência ao assunto, além de referir que os dois ministros "trocaram pontos de vista sobre questões importantes de paz e segurança" e que pretendem reforçar a cooperação em matéria de "paz regional, estabilidade e prosperidade" na Ásia Oriental.

Wang afirmou que a confiança política entre Pequim e Moscovo é "sólida e estável" e que as duas partes estão a "aprofundar" a cooperação estratégica, reiterando a disponibilidade da China para "se apoiarem mutuamente" e "protegerem os interesses fundamentais uma da outra".

A China, que considera a parceria com a Rússia fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos, nunca condenou a invasão russa e acusa a NATO de negligenciar as preocupações de segurança de Moscovo.

Mas o país asiático também apelou, no ano passado, numa proposta de paz, ao respeito pela integridade territorial de todos os Estados - incluindo a Ucrânia.

Segundo a nota do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, os dois responsáveis falaram sobre o 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, que se comemora no próximo ano: "A vitória da Segunda Guerra Mundial deve ser mantida em conjunto e a visão correta sobre a história da Segunda Guerra Mundial deve ser defendida".

Embora os documentos divulgados pela Rússia não o reflitam, Pequim sublinhou que Lavrov felicitou a China pelo seu papel na promoção da declaração de reconciliação entre as fações palestinianas, recentemente assinada na capital chinesa, e manifestou a disponibilidade da Rússia para cooperar no restabelecimento da paz no Médio Oriente.

Os dois comunicados concordaram em defender os mecanismos da ASEAN daquilo que a China descreve como "sabotagem e interferência de forças exteriores à região".

Wang e Lavrov realizaram também uma reunião trilateral com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Laos, Saleumxay Kommasith, na qual acordaram em expandir as suas ligações de transporte, especialmente ferroviárias.

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