Christa Deguchi e Hidayat Heydarov, campeões fiéis ao favoritismo

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Os líderes das duas categorias intermédias do judo mundial não deixaram escapar na Arena Champ-de-Mars a oportunidade de se consagrarem num restrito ‘olimpo’, depois de cada um, isento na primeira ronda, vencer quatro oponentes.

Na final feminina, Deguchi acabou por fazer história, num combate muito equilibrado, mas que venceu já no prolongamento (total de 06.35 minutos) após um terceiro castigo (hansoku make) à sul-coreana Mimi Huh, por falso ataque.

Depois do bronze olímpico em Tóquio2020 da também canadiana Jessica Klimkait, atual número dois mundial, foi agora Deguchi a brilhar, com o ‘extra’ de dar ao Canadá a sua primeira medalha de ouro olímpica de sempre no judo.

A competição de -57 kg, pela primeira vez desde Londres2012 sem a portuguesa Telma Monteiro, contou na luta principal com o ‘top 4’ da categoria: Deguchi, Mimi Huh, a brasileira Rafaela Silva e a francesa Sarah Leonie Cysique.

Foi este o emparelhamento que as quatro alcançaram nas meias-finais, com Deguchi frente a Cysique, a quarta menos cotada, e Mimi Huh com Rafaela Silva, segunda contra terceira, nuns Jogos que marcaram o regresso da brasileira à competição olímpica.

Derrotada nas ‘meias’, a carioca campeã olímpica no Rio2016 – suspensa em Tóquio2020 por doping -, lutou pelo bronze, mas caiu, desclassificada por apoio da cabeça, perante a japonesa Haruka Funakubo, quinta favorita, que arrebatou a medalha num combate de nove minutos.

O outro bronze ficou nas mãos de Cysique (prata em Tóquio2020), com a francesa, que tinha perdido nas ‘meias’ com Deguchi num longo e extenuante combate, a garantir nova medalha, pelo terceiro dia consecutivo, aos judocas da casa, para gáudio do público, e após derrotar a georgiana Eteri Liparteliani.

Em -73 kg, as decisões começaram com os bronzes do moldavo Adil Osmanov (13.º do mundo) e do japonês Soichi Hashimoto (segundo do mundo), numa categoria que teve algumas surpresas, sem ter todos os favoritos fiéis a esse estatuto.

Foi a situação do suíço Nils Stump (terceiro do mundo e campeão mundial em 2023) e do brasileiro Daniel Cargnin (sexto, bronze em Tóquio2020), eliminados logo na estreia, ainda nos 16 avos de final.

Pelo contrário, fiel à sua candidatura, o líder e campeão mundial Hidayat Heydarov conseguiu superar quatro combates no prolongamento, após os quatro minutos iniciais, para se sagrar campeão olímpico.

O mais longo de todos, quase de 10 minutos (09.24), na final, ao vencer o 'outsider' Joan-Benjamim Gaba, judoca francês 35.º mundo, que foi a boa surpresa do dia, fortemente apoiado pelos seus compatriotas, e terminou com a prata.

O terceiro dia da competição de judo em Paris2024 ficou ainda marcado pela desqualificação do argelino Messaoud Redouane Dris, que deveria enfrentar o israelita Tohar Butbul, por estar acima do peso permitido.

Nos Jogos Tóquio2020, o também argelino Fethi Nourine, que competia na mesma categoria, abandonou a competição para não combater com Tohar Butbul, repetindo uma atitude que já tinha tido nos Mundiais de 2019.

A Argélia é um país árabe, onde o governo não reconhece o estado de Israel, assim como outros países de maioria islâmica, e a situação de hoje já levou a Federação Internacional de Judo a anunciar que irá abrir um “inquérito aprofundado” para avaliar a situação.

Na terça-feira, a competição chega à sua metade das provas individuais na Arena Champ-de-Mars, com as categorias de -63 kg e -81 kg, que terão em ação os portugueses Bárbara Timo e João Fernando, respetivamente.

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