Cidade moçambicana da Matola com 38 bairros alagados pela tempestade "Filipo"

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"De 42 bairros no total, continuamos com 38 muito afetados, isto é 88% dos bairros", reconheceu Júlio Parruque, durante a visita aos trabalhos de escoamento de águas, desobstrução de vias e limpeza de valas que estão a decorrer no município, com mais de um milhão de habitantes.

As chuvas torrenciais e o vento forte que se fizeram sentir nas cidades vizinhas de Maputo e Matola na madruga de quarta-feira afetaram 1.600 famílias e foi criado um centro de acolhimento provisório.

"A nossa grande mensagem nesta ocasião é que não devemos esperar mais. A chuva e a tempestade já se afastaram, agora é tempo de intervir", declarou o autarca.

Há ainda registo de oito escolas encerradas devido às consequências da tempestade.

"Esperamos que na segunda-feira o número de crianças com este problema reduza bastante e voltem à escola", disse ainda Júlio Parruque.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) avançou na sexta-feira que o número de mortes em resultado da passagem da tempestade tropical "Filipo" por Moçambique subiu para dois e há mais de 48 mil pessoas afetadas.

"De acordo com a informação disponível, a área mais afetada é a cidade de Maputo, com 25.455 pessoas afetadas (2% da população total)", refere um comunicado da OCHA, que cita dados do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inam) confirmou que a tempestade tropical severa "Filipo" entrou no continente pelas 05:00 (03:00 em Lisboa) de terça-feira, pelo distrito de Inhassoro, província de Inhambane, seguindo para sudoeste, nomeadamente Gaza e Maputo, com rajadas de vento até 120 quilómetros por hora.

"Danos em infraestruturas incluem 8 mil casas parcial e totalmente danificadas, 146 escolas (22.442 alunos) afetadas junto com 51 unidades de saúde", lê-se no documento do OCHA, que aponta alimentação e abrigo como algumas das prioridades na assistência às populações.

A tempestade "Filipo" deixou quase 100 mil pessoas sem energia elétrica, segundo a empresa pública Eletricidade de Moçambique, além de causar a destruição de casas e outras infraestruturas nas regiões afetadas.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.

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