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Uma cientista forense reformada que trabalhava no laboratório criminal do estado norte-americano do Colorado está a ser investigada por suspeitas de ter manipulado os resultados de centenas de testes de ADN em casos ocorridos pelo menos nos últimos 15 anos, anunciaram as autoridades na sexta-feira.
Yvonne ‘Missy’ Woods foi acusada de ter forjado os dados de 652 casos criminais ocorridos entre 2008 e 2023, o que levou ao brotar de uma investigação ao seu trabalho entre 1994 e 2008, segundo adiantou o Gabinete de Investigação do Colorado, num comunicado citado pela Reuters.
Ainda que não tenha dado detalhes quanto à manipulação dos dados, a agência esclareceu que a mulher publicou resultados incompletos, excluiu e alterou dados na tentativa de ocultar a alegada adulteração e não forneceu toda a documentação nos testes realizados.
“A investigação não descobriu que Woods falsificou correspondências de ADN ou que fabricou perfis de ADN. Em vez disso, ela desviou-se dos protocolos padrão e optou por atalhos, colocando em causa a fiabilidade dos testes que conduziu”, lê-se na nota.
O organismo adiantou que, de acordo com as suas políticas e procedimentos, a cientista “deveria ter realizado testes adicionais para garantir a fiabilidade dos seus resultados nestes casos”.
Além disso, estas manipulações “parecem ter sido resultado de uma conduta intencional”.
A mulher, que trabalhava há 29 anos naquele laboratório, foi colocada em licença administrativa em outubro de 2023, um mês após a agência ter ficado a par de que os testes realizados podiam ter-se “desviado dos procedimentos padrão”. Wood reformou-se um mês depois, em novembro.
Além da investigação interna em curso, o Gabinete de Investigação do Colorado abriu uma investigação criminal ao caso, que conta com o apoio da agência de Kansas.
Foram ainda levantadas suspeitas de que um analista contratado pelo Gabinete do Xerife do Condado de Weld que trabalhou no Laboratório Forense do Norte do Colorado também pode ter manipulado dados dos testes de ADN, sendo que as autoridades locais ficarão a cargo de realizar uma investigação mais aprofundada.
Este caso poderá dar origem a inúmeras ações de recurso por parte de advogados de defesa criminal no Colorado, cujos clientes foram condenados com base em testes de ADN realizados por Woods.
Nessa linha, a agência disse estar a colocar em prática mudanças processuais que “aumentarão a integridade dos testes e dos resultados”.
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