Com este OE empresas não conseguem aumentar salário médio em 4,7%

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Em entrevista a Antena 1 e ao Jornal de Negócios o Presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Armindo Monteiro, considera que só será possível fazer esses aumentos se avançarem, em sede de concertação social, medidas para a produtividade que terão de ser criadas por um grupo constituído para o efeito.

E nesta entrevista o líder da CIP considera que os parceiros sociais deram um exemplo de maturidade ao assinar o acordo de concertação social. Exemplo que não foi seguido pelos partidos. Admite que a confederação ainda ponderou não subscrever o acordo tripartido.

O Presidente da CIP acrescenta que é também necessário negociar mais e melhor as tabelas do IRS. Armindo Monteiro refere uma incongruência entre os escalões e o referencial de 4,7% para os aumentos salariais.

Segundo Armindo Monteiro a atribuição de prémios de desempenho, que pode ir até um salário a mais, é inexequível porque “foram colocadas muitas amarras”.

Quanto ao IRC, assegura que em sede de concertação social ficou acordada “uma latitude muito ampla” para que o Governo conseguisse uma maioria parlamentar para aprovação do OE. Ou seja, qualquer redução é bem-vinda. Lamenta que a tributação sobre as empresas seja entendida como "uma remissão dos seus pecados” e critica aquilo que apelida de “penalização voluntária sobre as empresas”.

Armindo Monteiro acusa o Partido Socialista de aproveitamento político e eleitoral usando o IRC, promovendo aquilo que diz ser “uma asfixia fiscal” para as empresas.

Considera que a asfixia fiscal não atinge apenas os empresários, mas também as famílias através da cobrança do IRS que não beneficia as pessoas, mas sim “o cofre do Estado”. “Temos impostos de ricos num país que é pobre”, lamenta.

Apesar de entender que o OE para 2025 não promove o crescimento económico, o Presidente da CIP aprovaria o orçamento que caracteriza como “o possível”.

Armindo Monteiro considera ainda “tímidas” as medidas para as empresas incluídas no orçamento.

E considera que “é muito” o valor que o Governo prevê gastar em despesa, ao mesmo tempo que pede uma discussão séria sobre a eficiência da mesma.

Armindo Monteiro diz-se otimista e acredita que o Orçamento do Estado será aprovado, defende que todos os partidos devem aprovar o documento e espera que “os partidos finalmente tomem consciência que este orçamento não é para acomodar interesses político partidários”.

Até porque, afirma, é melhor eleições do que uma governação em duodécimos.

Entrevista de Rosário Lira, da Antena 1, e de Catarina Almeida Pereira, do Jornal de Negócios para ouvir aqui.
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