Comandante da Guarda apoia formalmente protestos dos militares da GNR

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O comandante geral da Guarda relembrou ainda a importância de "os militares estarem à altura dos valores e da lei" que juraram "cumprir e fazer cumprir" e a necessidade de se "assegurar que a liberdade e segurança não seja descurada", como "timbre dos militares da Guarda".

"Estamos a viver um momento particularmente sensível, em que as razões e legítimas expetativas dos militares da Guarda, pugnando por um tratamento equitativo entre os elementos das diferentes Forças e Serviços de Segurança, ganharam forte expressão mediática, noticiando comportamentos suscetíveis de afetar a perceção de segurança pública que, sem reservas nem transigências, garantimos a todos os portugueses", sublinhou Rui Ribeiro Veloso.

Nesta primeira reação da GNR, o líder da Guarda referiu ainda que confia que será encontrada uma solução "justa e equilibrada" às aspirações dos militares.

Na sua mensagem, Ribeiro Veloso sublinhou que "tal como sempre afirmei, desde o primeiro dia em que assumi o cargo de Comandante-Geral, estou especialmente empenhado nas questões relativas à necessidade de revalorização profissional e funcional dos militares e civis, formulando propostas e procurando soluções que permitam o reconhecimento das particulares exigências da condição militar e do exercício da função policial".

"Confiamos no nosso trabalho e na apreciação que dele é feito pelos cidadãos e pelo Governo de Portugal, tal como confiamos que será encontrada uma solução justa e equilibrada, que responda às legítimas expetativas dos militares da Guarda", referiu a nota do comandante da GNR. 

"Por mais difíceis que sejam as circunstâncias, saberemos ser sempre os Guardas de Portugal. Confio em todos e em cada um de vós", assinou o tenente-general.

Protesto "sem data para terminar"

Os militares da GNR e elementos da guarda prisional juntaram-se aos protestos que têm mobilizado os polícias da PSP em todo o território nacional e que entraram hoje no quarto dia consecutivo.

A contestação teve início após o Governo ter aprovado em 29 de novembro o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.

Os polícias da PSP voltaram hoje a concentrar-se em várias cidades do país em protesto, numa iniciativa que começou com um agente da PSP em frente à Assembleia da Republica, em Lisboa, e está a mobilizar cada vez mais elementos das forças de segurança.

O protesto, que "não tem data para terminar", de acordo com os seus porta-vozes, foi também concretizado com a paragem de vários carros de patrulha da PSP, principalmente no Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis), alegando os polícias que estavam inoperacionais e com várias avarias.

Depois de quatro dias de protestos, os principais sindicatos ligados à Polícia de Segurança Pública reuniram-se esta quinta-feira com o diretor nacional da PSP. Como único ponto da agenda esteve a "atual conjuntura" nesta força de segurança.

O presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia afirmou depois aos jornalistas que o diretor nacional da PSP manifestou aos sindicatos que está solidário com os protestos dos polícias, avançando que a contestação vai continuar.

“Esta reunião serviu acima de tudo para o diretor nacional, pessoa que nos dirige, mostrar efetivamente, confirmar e reforçar aquele que é o espírito de solidariedade que tem para com esta luta, que também não deixa de ser uma luta do diretor nacional, sendo ele o diretor de todos os polícias”, disse aos jornalistas Bruno Pereira.

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia fala em "inércia, cegueira e surdez" por parte do Governo e diz que o suplemento de missão atribuído à PJ foi a "machadada final" na PSP e na GNR.

Estes protestos surgiram de forma espontânea e não foram organizados por qualquer sindicato, apesar de existir uma plataforma, composta por sete sindicatos da PSP e quatro associações da Guarda Nacional Republicana, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.

Esta plataforma decidiu cortar totalmente as relações com o Ministério da Administração Interna.

Os protestos dos polícias estão a ser organizados através das redes sociais, como Facebook e Telegram.

(com Lusa)

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