Comissão de inquérito investiga homicídio por agente da polícia moçambicana

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A polícia moçambicana anunciou esta terça-feira, na Beira, a criação de uma comissão de inquérito para apurar os contornos do homicídio de um membro do policiamento comunitário e ferimento de dois menores por parte de um agente daquela força.

"Disparou tiros para o ar e as vítimas foram alvo de bala perdida. O agente em causa encontra-se detido na 6.ª Esquadra no Macúti enquanto decorre um inquérito da comissão criada com vista a aferir o que é que efetivamente teria acontecido naquele dia", anunciou o porta-voz do comando provincial de Sofala da Polícia da República de Moçambique (PRM), Dércio Chacate.

Em declarações aos jornalistas na Beira, o porta-voz avançou que a morte do agente de policiamento comunitário, ocorrido no sábado, no bairro de Macúti, terá sido um homicídio involuntário, alegando que o agente da corporação não tinha essa intenção.

"Queremos institucionalmente assumir e endereçar as devidas condolências à família. A PRM está a fazer o seu trabalho relativamente ao apoio a esta família que perdeu o seu ente querido e igualmente as duas famílias afetadas por conta deste baleamento", afirmou.

Um agente da PRM é suspeito de ter matado um outro membro do policiamento comunitário e ferido gravemente dois menores, quando tentava evitar que supostos assaltantes fossem linchados pela população.

O caso deu-se na cidade da Beira, na província de Sofala, quando um agente da PRM tentava evitar que dois alegados assaltantes fossem linchados por populares no bairro de Macúti, no sábado.

"Encontrámos duas pessoas que têm assaltado residências e quando a polícia chegou, em vez de proteger a população, começou a manipular a arma tendo baleou um senhor na cabeça e feriu duas crianças, um deles é meu filho", disse à Lusa Alcindo Mateus, pai de uma das vítimas, que afirmou que o polícia estava embriagado.

A população acusa ainda o agente de não ter prestado socorros as vítimas.

As duas menores, de 12 e 14 anos, estão internadas no Hospital Central da Beira.

O diretor-geral daquele hospital, Nélson Mucopo, avançou esta terça-feira que o quadro clínico das adolescentes alvejadas é estável e que estão fora de perigo.

"Recebemos duas crianças no último sábado, vítimas de baleamento. A primeira criança é um menor de 14 anos que deu entrada por ferida de arma de fogo na região do braço direito e uma outra ferida no tórax", explicou.

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