"Comunhão de Trump" ao som de 'Hallelujah' foi "o cúmulo da blasfémia"

3 horas atrás 22

Depois de, na segunda-feira, o antigo presidente norte-americano ter realizado um ‘concerto’ improvisado num comício na Pensilvânia, no qual dançou e balançou ao som dos seus temas favoritos, entre eles a versão de ‘Hallelujah’ interpretada pelo cantor e compositor Rufus Wainwright, o artista garantiu ter ficado “horrorizado” com o que considerou ter sido “o cúmulo da blasfémia”.

“A canção 'Hallelujah' de Leonard Cohen tornou-se um hino dedicado à paz, ao amor e à aceitação da verdade. Ao longo dos anos, senti-me extremamente honrado por estar ligado a esta ode à tolerância. Testemunhar a comunhão de Trump e dos seus apoiantes com esta música, ontem à noite, foi o cúmulo da blasfémia”, confessou o músico canadiano, num comunicado publicado na quarta-feira na rede social X (Twitter).

O artista deu ainda conta de que o espólio de Leonard Cohen notificou formalmente a campanha de Trump com uma carta de cessação, ao mesmo tempo que adiantou ter ficado “mortificado”.

“Não concordo de modo nenhum com isto e fiquei mortificado, mas o lado bom de mim espera que, talvez ao habitar e ouvir realmente a letra da obra-prima de Cohen, Donald Trump possa sentir um pouco de remorsos pelo que causou. Não estou a suster a respiração”, disse.

The song ‘Hallelujah’ by Leonard Cohen has become an anthem dedicated to peace, love and acceptance of the truth. I’ve been supremely honored over the years to be connected with this ode to tolerance. Witnessing Trump and his supporters commune with this music last night was the… pic.twitter.com/Qcf4Cbjqgy

— Rufus Wainwright (@rufuswainwright) October 15, 2024

Saliente-se que, ao longo de 39 minutos, Trump dançou, deu apertos de mão, balançou-se e apontou para a multidão que, aos poucos, ia abandonando o 'town hall' - uma sessão pública de perguntas e respostas aos eleitores - organizado em Oaks.

Além de ‘Hallelujah’, o público foi brindado com temas como ‘Con Te Partiro’, de Andrea Bocelli e Sarah Brightman, ‘Nothing Compares 2 U’, de Sinéad O'Connor, ‘An American Trilogy’, de Elvis Presley, ‘Rich Men North of Richmond’, de Oliver Anthony, ‘November Rain’, dos Guns N' Roses, e até mesmo ‘YMCA’, dos Village People - um êxito que se tornou um dos pontos de referência dos seus comícios.

Recorde-se que Trump já foi processado pela família do cantor Isaac Hayes por ter usado o tema ‘Hold On, I’m Coming’ sem autorização, alegadamente por mais de 100 vezes. Segundo os advogados, o magnata incorre no pagamento de 150 mil dólares (cerca de 134.490 euros) por cada uso não autorizado.

Já em agosto, tanto Trump como o seu vice-presidente, J.D. Vance, foram ameaçados pela cantora Céline Dion devido ao uso não autorizado da música ‘My Heart Will Go On’, num comício no Montana.

No mesmo mês, os Foo Fighters contestaram o uso de ‘My Hero’ durante um comício no Arizona, no qual o magnata recebeu o ex-candidato independente Robert F. Kennedy Jr. no palco. A banda assegurou ainda que doaria o valor dos direitos de autor recebidos como resultado à campanha de Harris.

Também os representantes da cantora Beyoncé ameaçaram mover uma ação legal contra o antigo presidente norte-americano pelo uso não autorizado do tema ‘Freedom’, canção que se tornou – com autorização – sinónimo da candidatura de Kamala Harris na corrida à Casa Branca.

Leia Também: Trump dança, balança e… preocupa. "Espero que esteja bem", diz Harris

Ler artigo completo