Homem encontrado à deriva após 67 dias sobreviveu com "ajuda de Deus"

2 horas atrás 16

O homem nacionalidade russa que foi localizado com vida após ter passado 67 dias à deriva num barco insuflável no mar de Okhotsk, no oceano Pacífico ocidental, sobreviveu a beber água da chuva e “graças à ajuda de Deus”.

Mikhail Pichugin, de 46 anos, fez-se acompanhar pelo irmão de 49 anos e pelo sobrinho de 15 anos numa viagem de observação de baleias às ilhas Shantar, um arquipélago formado por 15 ilhas no Extremo Oriente Russo. Contudo, o motor da embarcação em que seguiam avariou-se a 9 de agosto.

Quando o trio não regressou da ilha de Sakhalin, foram realizadas buscas, sem sucesso.

A partir de uma cama de hospital, Mikhail disse à imprensa que o motor do barco avariou e um dos remos partiu-se, o que fez com que a embarcação ficasse inoperável.

Além disso, o telemóvel que se encontrava a bordo não funcionava, uma vez que não havia rede móvel. Ainda assim, o trio fez uso do aparelho para geolocalização durante uma semana, até que a bateria se esgotou.

O grupo tentou ainda alertar os serviços de emergência com recurso a foguetes, mas não tiveram sucesso.

A tourist stranded in the Sea of Okhotsk for 67 days prepared for death by tying himself to his boat, hoping his body would not wash away and that his family could give him a proper burial. Mikhail Pichugin had previously done the same for his deceased brother and nephew.… https://t.co/cFyEeictho pic.twitter.com/l1O3Ie3sle

— Russian Market (@runews) October 16, 2024

“Um helicóptero passou perto, depois outro ao fim de três dias, mas foram inúteis”, disse, citado pela Associated Press.

Mikhail adiantou que o trio recolheu água da chuva e tinha uma quantidade limitada de massa e ervilhas, tendo tentado apanhar peixe para se alimentar.

“Havia um saco-cama de lã de camelo que estava molhado e não secava. […] Rastejava-se por baixo dele, mexia-se um pouco e aquecia-se”, explicou.

De acordo com o homem, o seu sobrinho morreu de hipotermia e fome, em setembro. O seu irmão, por seu turno, começou a comportar-se de forma errática e tentou, numa ocasião, saltar borda fora. Depois de ambos morrerem, Mikhail prendeu os corpos dos familiares à embarcação, para evitar que caíssem ao mar.

O homem, que considerou ter sobrevivido “graças à ajuda de Deus”, confessou que não tinha “outra hipótese”. “Não tinha outra hipótese, tinha a minha mãe e a minha filha em casa”, disse.

De acordo com os profissionais de saúde, Mikhail – que perdeu metade do peso corporal – estava desidratado e com hipotermia, mas estável.

Recorde-se que só no dia 14 de outubro é que o barco foi encontrado nas águas do mar de Okhotsk, a cerca de mil quilómetros do ponto de partida, na costa de uma aldeia na península de Kamchatka.

Foi aberta uma investigação por violação das regras do transporte marítimo que levou à morte de duas pessoas de forma imprudente.

Leia Também: Homem resgatado após dois meses à deriva num bote em mar da Rússia

Ler artigo completo