Conceição lembrou CR7, Eusébio e Bibota para falar de Pepe: «Brilhantismo não é metido cá para fora»

Sérgio Conceição, técnico do FC Porto, realizou - esta sexta-feira - a antevisão ao duelo diante do Famalicão, em partida a contar para a jornada 29 da Liga Portugal Betclic, e - para voltar a falar de Pepe -, recordou o exemplo recente da expulsão de Cristiano Ronaldo e destacou ainda o facto de ter estado com Eusébio e Bibota para elogiar o central português.

Estado emocional da equipa: «Estar ligado ao jogo é fundamental, agora estar em irritação com o que não podemos controlar só nos prejudica. Por vezes não é fácil. Vejo alguns exemplos, como o Cristiano Ronaldo, num jogo vivido com muita paixão. Jogadores que têm essas carreiras longas com Champions e [o Pepe] ainda consegue num jogo contra o Estoril estar tão dentro do jogo que pode cometer um excesso e depois é isso que enche as páginas dos jornais e não o que o Pepe é. Isso é que me deixa frustrado. Também vi o Ronaldo expulso há pouco tempo. Convivi com o Eusébio, com o Bibota, gostava de apanhar figuras dessas a cada 30 ou 40 anos. Falo do Pepe, do Ronaldo, dou graças a Deus por termos gente desta, que é portuguesa. O brilhantismo desses jogadores não é metido cá para fora, carreiras cheias de êxitos, competições ganhas, uma competitividade que não é normal. A irritação não é boa, não é positiva, porque precisamos de ter os jogadores ligados, mas com frescura mental.»

Trabalho mental: «É o mais importante. Hoje em dia as equipas técnicas são bem compostas e depois há essa vertente mais emocional do jogo. As questões técnico/táticas ou mesmo a capacidade de ser intenso, agressivo, fisicamente estar no top, muitas vezes é comandado pelo estado emocional. É um papel tão importante como a estratégia que definimos. E não é fácil. É o ano mais difícil nesse aspeto. Não meto de fora alguns pontos perdidos por demérito nosso.»

Tem promovido conversas com os jogadores, tem alterado alguma coisa no dia a dia para trabalhar o aspeto mental? «Esta semana tivemos sessões bidiárias, nos dois dias após o jogo com o V. Guimarães. Acho que é sempre importante, sou das pessoas que gostam de enfrentar os problemas, gosto do desafio. Tenho de o ultrapassar, não posso ficar com ele aqui e escondê-lo debaixo do tapete. As coisas têm de ser faladas. São situações negativas, não posso andar aos beijinhos, também não gosto disso. Consoante o momento nós vamos ajustando o nosso treino - se um, se dois, se três por dia. Pagam-me para isso. Para tirar a equipa de situações menos positivas e levá-la para um patamar diferente a todos os níveis, incluindo esse estado emocional. E voltarmos a ser uma equipa alegre e a pensar só na tarefa dentro do campo para termos resultados positivos novamente.»