Conflitos entre milícias étnicas na Etiópia causam pelo menos 28 mortos

6 meses atrás 50

Os confrontos tiveram lugar na Zona Especial de Oromo, na região de Amhara, envolvendo as forças de segurança informais da região, que alberga a maioria da população Oromo da Etiópia, e a milícia Fano, cujos membros pertencem ao grupo étnico Amhara.

"O conflito está a tornar-se terrível porque se está a transformar num ataque às identidades étnicas e religiosas", disse à EFE um residente local sob condição de anonimato.

Pelo menos 20 milicianos Oromo e oito combatentes Fano foram mortos nos confrontos no distrito de Kawet, que faz fronteira com a Zona Especial Oromo, disse a fonte.

"Houve fortes combates na cidade desde as 06:00 horas [03:00, hora de Lisboa] de hoje" confirmou à EFE, por telefone, o presidente da Câmara de Ataye, Temeseng Tesfa, que confirmou que o conflito causou mortes, mas não forneceu um número.

Outro residente, também sob condição de anonimato, disse que muitas casas foram queimadas no distrito de Jille Dhumuga e que mulheres e crianças fugiram da cidade de Ataye desde quarta-feira.

A Zona Especial de Oromo, na região de Amhara, tornou-se um local de violência nos últimos anos, à medida que os grupos Amhara e Oromo lutam para se expulsarem mutuamente desta zona da Etiópia, cuja história é marcada por conflitos nacionalistas.

A relação entre a Fano e o Governo Federal é particularmente tensa desde abril de 2023, quando Adis Abeba decidiu dissolver as forças paramilitares especiais em diferentes regiões do país e integrá-las no exército ou na polícia, uma medida que também afeta esta milícia.

Na sequência dessa decisão, a violência eclodiu em várias zonas de Amhara no final de julho, levando o Governo etíope a declarar o estado de emergência, uma medida que o parlamento prorrogou no início do mês passado por, pelo menos, mais quatro meses.

Leia Também: Etiópia liberta jornalista francês que estava detido há uma semana

Ler artigo completo