“Consolado” por continuar a ser popular, Marcelo dá reprimenda ao filho: “Quem tem de falar não sou eu”

8 meses atrás 88

“Quem tem de falar, e era há quatro anos, não sou eu. Quem tem de falar é quem tem de falar”, sublinhou este sábado Marcelo Rebelo de Sousa, quando questionado se já tinha contactado o filho para perceber os contornos do caso das gémeas com uma doença rara que foram tratadas pelo SNS há mais de quatro anos.

Pouco depois de chegar ao Barreiro para cumprir a tradição natalícia da ginjinha, o Presidente da República analisou a polémica e as informações avançadas por António Lacerda Sales, à época o secretário de Estado da Saúde. Esta semana, o ex-governante confirmou ao Expresso ter aceitado reunir com Nuno Rebelo de Sousa sobre a situação das duas crianças luso-brasileiras.

“Ficou claro que quem organizou esse encontro fê-lo porque não conseguiu chegar onde queria por outro caminho, que era a Presidência da República. Não obteve aquilo que queria”, garantiu Marcelo Rebelo de Sousa.

“Só agora se sabe disto, que aconteceu há quatro anos e tal. Tenho muita pena de não ter sabido do caso há quatro anos”, acrescentou ainda. Se isso tivesse acontecido, garantiu, Marcelo teria “intervindo” por estarem em causa “relações pessoais” – ou neste caso, familiares.

Este caso com o filho tem um antecedente: em novembro de 2019, pouco depois do processo das crianças ter sido iniciado no Santa Maria, Nuno Rebelo de Sousa deu uma entrevista ao Expresso em que garantia que o pai se iria recandidatar a Belém – numa altura em que Marcelo ainda mantinha publicamente o tabu sobre um segundo mandato.

“Não vejo como é que ele consiga explicar aos portugueses que não será candidato no próximo ano”, afirmou então o filho do Presidente, que no dia seguinte se apressou a desvalorizar o ”palpite". O Expresso sabe que Marcelo Rebelo de Sousa ficou bastante desagradado com os comentários de Nuno, tendo-lhe comunicado diretamente isso mesmo.

Agora, o chefe de Estado desvaloriza o impacto dos comportamentos do seu filho na popularidade da sua presidência: “Os portugueses estão firmes na confiança que mantêm no Presidente. Não trocam o conhecimento de 20 ou 30 anos que têm da pessoa por dois ou três meses de crise política, com muitas notícias contrárias ao Presidente”, afirmou Marcelo no Barreiro, aludindo à sondagem do Expresso publicado este fim de semana: a popularidade do Presidente caiu, mas pouco, para cerca de 65%.

“É uma consolação”, resumiu Marcelo, já depois de ter afirmado que este ano iria brindar à paz. “É a coisa mais importante do mundo. Se não tivermos paz teremos crises financeiras em Portugal, na Europa e no mundo”, afirmou, referindo as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente. “Não será possível arrancar com economias como a alemã [em recessão]. Se não crescem, não servem como locomotiva da Europa”, apontou.

Por fim, destacou a importância de quatro eleições que vão ser decisivas em 2024: as regionais nos Açores, as legislativas portuguesas, as europeias, e as presidenciais norte-americanas. E lançou o futuro de António Costa: "Desejaria que estivesse em condições de ter um lugar na Europa, como presidente do Conselho Europeu. "É natural que tenha essa vontade", afirmou.

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