Contas da IL sem crivo do Conselho Nacional e Fiscal

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Estatutos da Iniciativa Liberal exigem luz verde das duas entidades para a aprovação de contas.

As contas da Iniciativa Liberal (IL) continuam num impasse. Tal como o Nascer do SOL já avançou, deveriam ter sido apresentadas em maio, mas só entraram entretanto na entidade das contas, sem terem passado pelo crivo do conselho fiscal e do conselho nacional, o que é contrário aos estatutos do partido.

Ao que o nosso jornal apurou, não foi até à data divulgada nenhuma explicação para esta situação e há quem diga que quem olhar agora para as contas pensa que são as finais.

Em junho, fontes ouvidas pelo Nascer do SOL lamentavam este atraso e recordavam que todos os anos tem havido problemas nesta matéria com o partido. Com uma exceção: no primeiro ano, pois tendo o partido sido criado no final de novembro de 2017 – nesse ano as contas foram a zero. Aliás, tal como este jornal avançou, no ano passado houve um momento em que membros do conselho de fiscalização se recusaram a assinar. 

Este impasse surge numa altura em que o movimento Unidos pelo Liberalista, encabeçado por Tiago Mayan, que já anunciou a sua candidatura à comissão executiva – o partido irá votos em janeiro para decidir quem será o próximo líder –, continua a avançar. Ainda esta semana, foi revelado que o mandatário da campanha será Rui Albuquerque, internamente visto como um nome de referência do liberalismo em Portugal. Nas redes sociais, Albuquerque explica que aceitou o desafio por considerar que  o candidato tem perfil para o cargo: «Foi um excelente candidato presidencial e autárquico, e tem exercido com grande elevação e competência a presidência da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde». 

Por outro lado, chama a atenção para o facto de o partido não se encontrar, «desperdiçar talento e competência», defendendo que Mayan «é dos poucos sobreviventes à contestação – civilizada e democrática, refira-se – da atual liderança da IL».

E não poupa críticas ao atual rumo do partido. «Num partido democrático não convém que todos estejam de acordo e acenem com a cabeça ao chefe, porque isso indicia que o partido não é democrático. E a verdade é que, desde a saída de Cotrim de Figueiredo, temos assistido a uma sangria de quadros de valor do partido, sem que ninguém se preocupe em retê-los. Pelo contrário, diz-se em boa voz que por cada um que sai entram muitos mais. Está mal. Ora, o Tiago ficou e pôs em questão a liderança. Não a pessoa de Rui Rocha, porque isso não está em causa num debate democrático, mas a forma como a comissão executiva, que ele chefia, tem conduzido o partido».

O mandatário defende também que «um partido que se diz liberal não pode temer a concorrência», acrescentando que, «pelo contrário, deverá fazer dela o primeiro dos seus pilares estruturantes de funcionamento. Infelizmente, a vida interna da IL, nos últimos dois anos, tem-se pautado por saídas sucessivas de opositores e por uma estagnação preocupante. O Tiago será, assim, um bálsamo para um partido liberal que não tem, não tinha até agora, concorrência interna. Se eu fosse o líder da coisa declararia a minha satisfação pelo enorme contributo que ele já trouxe, com o anúncio da sua candidatura, à revivificação do partido, e em circunstância alguma o trataria como inimigo. Ficava-lhes bem».

Ao que o nosso jornal apurou, a candidatura vai começar esta semana com eventos online e em outubro irá apostar em os eventos presenciais para depois fazer a apresentação da equipa e do programa.  

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