Contas do FC Porto: os pormenores dos custos com pessoal, os empréstimos financeiros, o valor do plantel...

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A divulgação ao mercado do Relatório e Contas do 1.º semestre de 2023/24 por parte do FC Porto, na noite desta quarta-feira, permite detalhar alguns dos valores que, na sua globalidade, tinham sido já avançado sobre o resultados, a 19 de fevereiro.

Recorrentemente um ponto de interesse dos relatórios e contas dos clubes nacionais, os custos com pessoal da SAD situam-se, em dezembro de 2023, nos 43,1 milhões de euros, menos 7,9 milhões de euros em comparação com o período homólogo (51 milhões). Tal deve-se sobretudo, como explica a administração do documento, ao não pagamento de prémios desportivos e de gestão relacionados com a época anterior, o que, pelo contrário, se verificou no exercício anterior.

Assim, as remunerações dos órgãos sociais, incluindo-se aqui a administração liderada por Pinto da Costa, caíram de 2,9 milhões de euros para 1,3 milhões, tal como os pagamentos aos jogadores e equipas técnicas desceram para 30 milhões de euros, após os 34,9 do 1.º semestre de 2022/23. Na mesma medida, desceram também os custos com indemnizações, encargos sobre remunerações, aumentando, por outro lado, a despesa com pessoal e seguros.

No que diz respeito aos empréstimos financeiros, nas suas várias naturezas, celebrados pela SAD, o valor geral desta rubrica, considerando-se o valor nominal dos mesmos, passou de 310 para 223 milhões de euros, sendo que, deste valor, 77,6 milhões encontram-se em despesa corrente, ou seja, a pagamento até ao final da época.

No que diz respeito ao 1.º semestre fechado em dezembro último, a maior fatia diz respeito a empréstimos obrigacionistas (105 milhões de euros), seguindo-se operações de factoring (98,5 milhões), emissão de papel comercial (17,6 milhões) e, por fim, empréstimos bancários no valor de 2 milhões de euros.

As datas de vencimento mais recentes deste tipo de operações foram, em janeiro, um factoring de 6 milhões de euros junto da Glas Trust; outro de 1,45 milhões com o Novo Banco; e os próximos, com data de vencimento para março, são a operação de papel comercial de 17,6 milhões de euros com o Banco Carregosa e um factoring de 9,6 milhões de euros realizado junto do Internationales Bankhaus, sendo que, este, foi feito muito recentemente, em dezembro de 2023.

As garantias e colaterais contratados para estas operações vão, como é habitual, desde verbas a receber da Altice ou os prémios da UEFA de acesso aos oitavos da Champions, sendo que, ao nível de direitos económicos de jogadores, os que se encontram neste momento envolvidos são os de Zaidu, Evanilson, João Mário, Diogo Costa e Pepê.

Por fim, o valor contabilístico do plantel, em relação ao período homólogo, aumentou para os 97,5 milhões de euros, quando era de 85 milhões. Contabilistamente a SAD conta agora com um total de 14 atletas com valor de passe superior a 2 milhões deuros; quatro entre 1 e 2 milhões; além de 28 com um valor contabilístico inferior a 1 milhão de euros. De notar que esta avaliação não reflete o valor de mercado dos jogadores, mas sim aquilo que, do ponto de vista contabilístico, tendo em conta o investimento nas suas aquisições e as respetivas amortizações, vale para o ativo da sociedade.

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