CRÓNICA | A melhor forma de renascer das cinzas

2 horas atrás 23

O jogo dos jogos do futebol feminino português foi disputado no sítio onde a grandeza do duelo exige: num dos maiores palcos do país. Em Alvalade, na quarta jornada da Liga BPI, o Benfica foi superior e venceu (2-0) um dérbi que começou bem antes do apito inicial.

Uma partida especial exigiu, logicamente, um dia especial. Antes de Alvalade abrir portas e acolher um bom número de espetadores, houve todo um pré-jogo nas imediações do estádio que o zerozero viu com os próprios olhos.

Crianças, adultos e idosos, com camisolas  verdes e vermelhas. Famílias e amigos riam e conviviam, sem medos, preocupações ou inseguranças. Zero confusões. A serem quem são, como deve ser. Dentro de campo, há quem prefira o futebol de ataque e de passe curto, como há quem não viva sem a consistência defensiva e o por vezes essencial chutão na frente. Os gostos todos têm e não se discutem. Ainda bem, porque para este também parece não haver motivo para discussão: é o futebol socialmente mais bonito.

Forçar até marcar

A excelência vivida fora de Alvalade tinha forçosamente que ser transportada para as quatro linhas. E foi. O maior jogo do futebol feminino português começou equilibrado e a bom ritmo, como todo o adepto gosta.

Passados os primeiros minutos, o adepto benfiquista há de ter ficado mais satisfeito. Filipa Patão, na antevisão, ressalvou que queria que o Benfica renascesse das cinzas após a derrota em Madrid e foi isso que as águias fizeram: instalaram-se no meio-campo verde e branco e só tiraram o pé quando passaram para a frente do marcador.

Norton dispôs da primeira grande oportunidade, Nycole rondou o golo por duas ocasiões, mas desbloqueadora há só uma: Martín-Prieto aqueceu o pé aos 20', obrigou Seabert a brilhar aos 28' e não desperdiçou aos 34'. Lançada na profundidade, enganou a guarda-redes e fez o primeiro. Merecido, face às oportunidades visitantes.

Sem alimentar esperanças

O golo, contudo, fez melhor... ao Sporting. Nos dez minutos até ao descanso, houve tempo para Telma colocar a bola no fundo das redes - invalidado por fora de jogo - e cabecear ao poste da baliza de Lena Pauels. 

Dois avisos claros que colocaram as visitantes em sentido. Prova disso foi a forma como entraram na segunda parte: com nova machadada nas aspirações verde e brancas. Nycole aproveitou o adiantamento adversário e, com espaço na grande área, escolheu um lado e finalizou para o segundo.

Daí até ao final, a partida seguiu sempre o mesmo rumo. O Sporting arregaçou as mangas e tentou reduzir a desvantagem - Ana Capeta teve um par de ocasiões de ouro, mas Lena levou sempre a melhor -, sem sucesso. O Benfica, menos intenso, não recusou as oportunidades que teve para avançar no terreno - Martín-Prieto quase fez o terceiro da noite, após uma falha prontamente corrigida por Seabert.

Com esta vitória, o Benfica vingou a vitória leonina na Supertaça e isolou-se na liderança da Liga BPI.

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