CRÓNICA | Adeus, emocionante e incerto como sempre

7 meses atrás 57

Sozinho, emocionado, defronte para a orgulhosa bancada dos Arcos, Guga deixou uma imagem que ficará gravada na história da 19.ª jornada. De saída, o último adeus a Vila de Conde ficou marcado, dentro de campo, pelo empate a uma bola (1-1), que deixa o futuro de ambos os conjuntos demasiado incerto e perto da linha de água.

O primeiro tempo — sobretudo a primeira meia hora — não foi de lamentos para quem atrasado chegou. Num ritmo demasiado moderado, houve vontade de atacar e chegar ao golo, mas faltou o acerto. A destacar, o flanco direito do Estoril: Rodrigo Gomes e Rafik Guitane, intratáveis. Tantas vezes elogiados, são dois criativos descaídos para a direita; rápidos, inteligentes, desequilibradores de drible curto. Autênticos faróis canarinhos em momentos de maior penumbra.

Ultrapassada a meia hora, mais agitamento. Em duas jogadas artilhadas pela direita rioavista, Boateng e Aziz, em zonas privilegiadas, de tiro, obrigaram o apanha-bolas a aquecer. Na resposta, com maior acerto, Marqués atirou ao alvo, mas a atenção de Jhonatan impediu festejos forasteiros.

Mal sabiam, os X adeptos presentes no Estádio dos Arcos, que o momento de maior emoção ia chegar ao intervalo. Fora da ficha de jogo, Guga subiu ao relvado no descanso para, visivelmente emocionado, despedir-se dos vilacondenses — está de saída. Na resposta, lógica ovação.

O adeus do até então capitão, pelos vistos, moralizou os colegas. Entraram melhor, mais possantes e confiantes, com processos mais rápidos. Toda a ação tem uma consequência e a desta mudança de atitude foi o golo. Livre de Patrick cobrado com força; Carné defendeu para a frente e Boateng agradeceu.

Vantagem caseira a mais de meia hora do fim. Com o decorrer do encontro, os dois conjuntos tiveram oportunidades e o jogo mostrou-se demasiado incerto para qualquer tipo de previsão. A correr atrás do prejuízo, o Estoril puxou dos maiores trunfos. Rodrigo ameaçou e Rafik acabou por assistir. Na direita, lançou Heriberto, recém-entrado, arrancou e chutou cruzado, para o empate.

Com o empate, o jogo ascendeu à plenitude das suas capacidades. Muito perigo em ambas as áreas e emoção ao rubro, mas o nó do empate não desatou. No final das contas, um ponto para cada lado; o Rio Ave mantém o 16º lugar e o Estoril sobe ao, ainda perigoso, 14º.

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