CRÓNICA | Águias com garras afiadas desfizeram bolinhol

7 meses atrás 59

Na deslocação a Vizela, o Benfica carimbou o passaporte para as meias-finais da Taça de Portugal (1-2). Uma exibição personalizada das águias foi suficiente para manter vivo o desejo de colocar as mãos no troféu mais antigo do paradigma nacional.

Roger Schmidt reservou uma surpresa para a noite desta quinta-feira. Morato, o habitual dono do lado esquerdo da defesa benfiquista, saiu das escolhas iniciais, dando lugar a Álvaro Carreras. O espanhol estreou-se, assim, no onze encarnado, com as expectativas dos adeptos forasteiros a estarem bastante elevadas. João Mário e Orkun Kökçü, após um descanso proclamado pelo técnico alemão, voltaram a encontrar os seus respetivos lugares ao sol... ou à chuva, sendo mais preciso.

Os promissores sinais de Carreras

Se num canto o objetivo passava por dar sequência a uma série positiva de resultados, os pupilos de Ruben de la Barrera partiam para este desafio com o intuito de rumar contra a maré do favoritismo. Como tal, o treinador de 39 anos, face ao mais recente desaire frente ao Vitória SC, promoveu quatro mudanças: Buntic, Ledebenko, Rodrigo Escoval e Diogo Nascimento deram lugar a Francesco Ruberto, Matheus Pereira, Anderson Jesus e Alberto Soro.

@Rogério Ferreira / Kapta+

As águias entraram com a corda toda nos minutos inaugurais, com o jovem lateral de 20 anos em grande plano, mostrando, sempre como o seu cabelo esvoaçante, muito entrosamento com os restantes companheiros. A dupla Arthur Cabral-Rafa também deu muitas dores de cabeça à defensiva adversária, com os vizelenses a tardarem em arranjar um comprimido para parar o ímpeto. A mota do glorioso conseguiu acelerar, por múltiplas ocasiões, em direção da baliza contrária, mas Ruberto, com intervenções felinas, impediu diversas celebrações precoces.

As visíveis limitações defensivas da formação minhota contrapunham com algum atrevimento no último terço. Alberto Soro, com as suas arrancadas venenosas, assumiu a batuta das transições rápidas. Porém, os remates de meia distância foram a opção preferencial do emblema que atuou de azul: Domingos Quina estava com fogo nas botas, obrigando Trubin a uma defesa com os olhos.

1,2,3... ação: Arthur não é fogo de vista

Porém, quem está verdadeiramente quente na arte de premir o gatilho é o já mencionado Arthur Cabral. O ex-Fiorentina reaprendeu a tocar viola e já não consegue sair da nota... 10. O ponta-de-lança brasileiro aproveitou o passe sublime de Rafa Silva, após mais uma desmarcação que lhe é tão característica, finalizando, com frieza, em direção ao poste mais distante. O terceiro embate consecutivo a descobrir as redes adversárias, na incessante missão de vincar o seu espaço.

@Rogério Ferreira / Kapta+

Após o descanso, o ritmo de jogo acabou por esfriar, mas não desfez as pretensões do conjunto da capital em ampliar o resultado. Desta vez foi João Mário quem rubricou o seu nome na lista dos marcadores, que deu a melhor sequência a um cruzamento milimétrico de Aursnes. O experiente futebolista não estava a puxar os holofotes para si neste embate, mas apareceu quando a sua equipa mais necessitava de conforto.

O FC Vizela ainda reduziu o défice, fruto de um desvio fortuito de Petrov a passe de Diogo Nascimento. Destaque para a entrada do jovem médio, que claramente veio agitar a partida, através da sua capacidade de desequilíbrio. Movidos pelos próprios adeptos, a equipa da casa ainda acreditou. No entanto, foram mesmo os encarnados a conhecer o sabor da vitória, algo quase tão prazeroso como o bolinhol, doce típico da região.

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