Tal como escrevemos na antevisão, há as boas e más ressacas. No Estádio do Dragão, o FC Vizela tentou ser antídoto para um bom acordar do FC Porto mas, entre azuis, sobressaiu o Azul-Porto com direito a reviravolta. Nos onzes, ficou a surpresa de ver Alan Varela nas escolhas de Sérgio Conceição, após uma semana a bater-se com lesões, mas regressou às opções a par de todos os chamados para a titularidade em Londres. Já Rubén de lá Barrera fez três alterações: Matheus Pereira, Pedro Ortiz e Domingos Quina deram a vez a Lebedenko, Lacava e Petrov. Errar é humano - já diz a velha profecia. Num jogo como este, entre equipas de clara diferença - quer a nível de jogo, quer de objetivos - há sempre pouca margem de erro. O FC Porto entrou bem dentro das quatro linhas, nos primeiros minutos, no entanto, o medo não se apoderou de um aflito FC Vizela, que chegou à cidade Invicta em busca de qualquer coisa para alimentar a esperança de manutenção. Pouco tempo passado e o erro apareceu. Pepe é conhecido pela audácia, segurança e frieza em campo. No entanto, tal como diz a velha profecia, errar é humano e Pepe não é um super-herói retratado pelo magnânimo universo Marvel - se bem que, em várias alturas, bem poderia ser algo parecido a um Iron Man. Inseriu a bola dentro da baliza de Diogo Costa, ao querer aliviar para longe dela. O alento do FC Vizela foi alimentado. Os dragões não queriam perder a chama. Tentavam aproveitar cada acha para acender a fogueira, mas nada parecia resultar. No regresso dos balneários, o FC Porto voltou a tentar de tudo. Depois de vários erros cometidos na primeira parte, mesmo com muitas ameaças à balizas de Buntic, foi Tomás Silva quem errou e desfalcou a turma minhota, ao ver segundo cartão amarelo. Aqui, foi a vez de ver Francisco Conceição a «sacar um coelho da cartola». Já o tinha tentado fazer nos primeiros 45 minutos, mas, nos segundos, fez um golo de levantar o estádio. Verdade seja dita: para criar uma reação vinda do FC Porto não é preciso muito - ou seja, o mesmo que dizer que deitar um fósforo em cima de uma pequena gota de gasolina pode incendiar. Partimos desta exata analogia para traduzir o que aconteceu no Estádio do Dragão a partir daqui. Depois do tento certeiro de Francisco Conceição - e se o FC Vizela já atacava pouco -, os minhotos ameaçavam cada vez menos e os dragões estavam de fogo bem aceso. O resultado? A reviravolta consumada por Pepê. O fogo do dragão não acalmou e o objetivo mostrou-se claro: o azul que mais queria sobressair era o «Azul-Porto». O «Azul-Minho», pelo contrário, continuou sem mostrar grande cor. Aí, Evanilson apareceu com um corretor e passou mais tinta por cima para o fazer esvanecer cada vez mais. Machadada final. Toní Martínez deu a última pincelada necessária no 4-1 de alento e de boa ressaca, depois de Londres. O FC Vizela, o emblema minhoto, continuará numa luta de aflitos.Todos cometem erros
Compensar os erros