CRÓNICA| Balança, mas não cai

6 meses atrás 61

Vizinhos que se reuniram para um final de tarde de bom futebol na Pedreira. Este sábado, o SC Braga recebeu e bateu o Gil Vicente, na jornada 26 da Liga Portugal Betclic, por 2-1. Os bracarenses regressaram às vitórias, após o empate em Vila do Conde, e prolongaram o bom momento de forma. Os gilistas, por outro lado, viram interrompida a melhor série da temporada e voltaram, quatro jogos depois, a conhecer o amargo sabor do desaire.

Em relação ao último duelo, Artur Jorge fez regressar Víctor Gómez e Rodrigo Zalazar ao onze inicial, em detrimento de Joe Mendes e Vítor Carvalho. Vítor Campelos repetiu o onze que empatou, em casa, frente ao GD Chaves na última jornada.

Ainda com a luz do dia no plano de fundo, o SC Braga entrou de olhos postos na baliza de Andrew Ventura. Novamente no 4x4x2 que os tem acompanhado na melhor série defensiva da temporada, os arsenalistas entraram a mandar, com futebol rápido e vertical, aliado a uma forte reação à perda que impediu o Gil Vicente de ter bola no primeiro quarto de hora. Pese embora tenham existido alguns lances de perigo nesse período, com particular destaque para um remate de Banza, os forasteiros sobreviveram ao sufoco inicial.

A pouco e pouco, a turma de Barcelos ganhou confiança para ter bola e encontrou soluções para fugir à forte pressão do adversário e assim evitar a repetição dos erros na fase de construção. Maxime Domínguez, o médio mais adiantado no 4x2x3x1 gilista, recuou alguns metros e deu referência à equipa para sair, recebendo algumas vezes nas costas de João Moutinho e Zalazar.

As melhorias dos visitantes conduziram a um período de maior equilíbrio, onde apesar da esmagadora supremacia na posse de bola, o SC Braga teve mais dificuldades para chegar ao último terço. Já na reta final da primeira metade, os anfitriões voltaram a crescer, encontraram o caminho pelos flancos e desbloquearam o marcador: Matheus lançou a transição com uma boa saída dos postes, Borja cruzou rasteiro e Abel Ruiz atirou a contar.

Mais um susto

Depois de aberto o marcador, prémio justo para a melhor equipa na primeira metade, os fantasmas voltaram a pairar no Municipal de Braga. Como em muitos outros duelos da presente temporada, os bracarenses desligaram depois de chegar à vantagem. O Gil Vicente, mais agressivo sem bola e corajoso com ela, apresentou-se mais capaz de dividir o jogo na segunda metade.

A toada do jogo mudou e Alipour, nos primeiros minutos, não conseguiu fazer o empate na cara de Matheus. Fê-lo, porém, em cima da hora de jogo, a partir da marca de grande penalidade. Jogo relançado e reação de Artur Jorge, a pouco mais de 15 minutos para o final: Álvaro Djaló e Cher Ndour foram lançados, com Roger Fernandes a recuar para lateral esquerdo. Mensagem claramente ofensiva do treinador bracarense para tentar recuperar a vantagem.

O objetivo era agitar, mas as caras novas nada acrescentaram. Vítor Campelos, por outro lado, refrescou a equipa e viu os seus jogadores cada vez mais confortáveis nas tarefas defensivas, capazes de antecipar tudo o que o adversário tentou fazer. Os galos podiam, inclusive, ter feito a reviravolta numa das poucas transições que conseguiram lançar, mas Alex Pinto atirou muito por cima.

Perante a falta de resposta dos dois jogadores lançados (Álvaro Djaló, sobretudo, teve uma entrada desastrosa em jogo), Artur Jorge tinha voltado a mexer e desfez a ideia de ter Roger a lateral, lançando Joe Mendes. Numa altura em que a impaciência já tomava conta do ambiente e os erros da equipa se acumulavam, foi o sueco a desbloquear: depois de uma grande receção a um passe longo, fez o que quis de Alex Pinto e cruzou de forma milimétrica para Banza fazer o 19.º golo na Liga, ao cair do pano.

Antes do final, ainda espaço para uma saída desastrada de Matheus, que atropelou Serdar pelo caminho - o turco abandonou o relvado de maca - e deixou a baliza deserta, mas Alipour rematou por cima. O SC Braga voltou a balançar, mas não caiu. Os arsenalistas livraram-se de mais um susto e colocaram pressão no FC Porto, agora a dois pontos - à condição - de distância.

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