CRÓNICA | Bombas latinas

1 mes atrás 39

A meio da importante eliminatória com o Rapid de Viena, o SC Braga amealhou o quarto triunfo consecutivo desde que Carlos Carvalhal assumiu o leme. A vítima foi o Moreirense (3-1), depois de uma exibição competente, mas, acima de tudo, que carburou à boleia do perfil diferenciador de Gabri Martínez - estreia a titular no clube - e de Rodrigo Zalazar, cada vez mais um ídolo a julgar pela grandiosa ovação no momento em que deu lugar a Gorby Baptiste.

Frente a um Moreirense com Fabiano Souza e Sidnei Tavares no onze a suprir as ausências de Dinis Pinto (opção) e Alanzinho (lesão), os Gverreiros do Minho não acusaram o eventual desgaste físico de um jogo a meio da semana e, com assertividade de movimentos, rapidamente criaram problemas à defensiva cónega.

Gabri Martínez - rendeu o lesionado, Bruma -, desconcertante por natureza, deixou Fabiano para trás e centrou sem destinatário, ainda antes da primeira grande situação: de cabeça, o extremo espanhol fez a barra da baliza de Kewin estremecer. Estava dado o mote para o mini-monopólio bracarense.

Graças à fluidez imprimida por Vítor Carvalho e pelo estreante no onze, André Horta, os arsenalistas protagonizaram 20' iniciais de bom dinamismo ofensivo. Pelo meio, o Moreirense descobriu forma de perturbar a sala das máquinas de Carvalhal, desenhando lances de perigo como foi o caso do de Antonisse na cara do intransponível, Matheus.

Zalazar continua decisivo @Kapta+

O avançar do relógio potenciou o crescimento - passou a dar-se mais ao jogo - do regressado Roberto Fernández, pertencendo a Ricardo Horta e ao avançado espanhol os últimos avisos antes da obra de arte com que a primeira parte fechou.

Na sequência de uma recuperação alta de Vítor Carvalho e servido por André Horta, Gabri Martínez destilou qualidade e pontaria dos seus pés. A cerca de 30 metros da baliza, o ex-Mirandés colou a bola no ângulo do impotente, Kewin, deixando o Braga em vantagem na recolha aos balneários. Melhor tónico à porta do intervalo, não podia haver.

Xadrez de César agitou, mas Zalazar resolveu

E melhor reentrada do Moreirense também não. Ciente da pouca capacidade da sua equipa em esticar o jogo e criar perigo efetivo, César Peixoto fez entrar Pedro Santos e Gabrielzinho. As melhorias foram instantâneas. Sorrateiro, mas eficaz, Asué silenciou a Pedreira na recarga a um primeiro cabeceamento que Matheus defendeu e, na hora dos festejos, deixou de lado a exuberância do momento, em sinal de respeito à antiga equipa.

Novamente com necessidade de ir para cima dos cónegos, nova vantagem não tardou a chegar para os Gverreiros. Surgido em zona frontal, Zalazar fez uso do seu bom remate de meia distância e proporcionou novo afinar de vozes aos seus adeptos.

Mesmo assim, o controlo de jogo não ficou assegurado de pronto e o Moreirense voltou a dispor de uma dupla ocasião - desta vez foi Marcelo a acertar no poste -, que fez os bracarenses acordarem de vez. É que, pouco depois, El Ouazzani viu um golo ser-lhe anulado por fora de jogo de Ricardo Horta, no sinal mais claro que os três pontos iam mesmo ficar na Cidade dos Arcebispos.

Fórmula final? A parceria entre Gabri Martínez e Zalazar. Diferenciador pela esquerda, o extremo espanhol serviu o box-to-box uruguaio no coração da área cónega, conferindo a tranquilidade necessária para uma exibição segura e com direito a gestão física já a pensar no importante duelo da próxima quinta-feira.

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